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Silval mostra carta em que Nadaf se desculpa e pede dinheiro

Por: MidiaNews/Lucas Rodrigues Jad Laranjeira
Publicado em 24 de Julho de 2017 , 19h55 - Atualizado 24 de Julho de 2017 as 19h55


O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi novamente interrogado, nesta segunda-feira (24), sobre os esquemas que operou na gestão passada.
 
Desta vez, o político foi ouvido na ação penal derivada da 1ª fase da Operação Sodoma, que apura esquema consistente na exigência de propina de R$ 2,5 milhões ao empresário João Batista Rosa para a concessão de incentivos fiscais às empresas do mesmo.
 
Os incentivos foram propositalmente concedidos de forma irregular para forçar o empresário a continuar pagando propina sob ameaça de revogar os benefícios. Parte do dinheiro (R$ 2 milhões) teria sido usada para quitar dívidas de campanha de Silval.
 
Silval, que estava preso desde setembro de 2015 e foi solto no mês passado, já confessou os crimes à Delegacia Fazendária. Nas últimas semanas, ele também confessou participação em outros dois esquemas, investigados na 2ª, 3ª e 4ª fase da operação.
 
Também deverá depor seu ex-chefe de gabinete, Silvio Araújo, igualmente réu confesso das ações.
 
Confira como foi a audiência:
 
Silval contesta Nadaf (atualizada às 14h)
 
O ex-governador iniciou seu depoimento afirmando que o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, era uma pessoa de extrema confiança dentro do Governo e que o mesmo sabia de todas as dívidas de campanha dele. 
 
"Eu pedia pra ele [Nadaf] achar uma estrutura pra resolvermos as dívidas de campanha. Não tenho o total dessas dívidas".
 
Segundo o peemedebista, Nadaf marcou uma audiência com João Rosa, que tinha um crédito na Secretaria de Fazenda, sendo que a Sefaz nunca havia reconhecido esse crédito.
 
Silval contou que Nadaf disse ao ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, sobre uma dívida de campanha que ele teria e que Marcel precisava ajudar. 
 
"Era uma dívida de R$ 11 mil. Mas eu nunca falei dessa dívida com o Marcel, nunca havia conversado com ele em momento algum".
 
Propina parcelada (atualizada às 14h15)
 
De acordo com Silval, a propina mensal que Nadaf exigiu do empresário João Batista não o beneficiou.
 
"Esse R$ 1 milhão que o Pedro Nadaf assume que recebeu do João, que foi parcelado em 60 vezes de R$ 30 mil, tenho certeza que não fui beneficiado".
 
Silval disse que só soube de tal exigência depois da deflagração da operação.
 
"Eu não tenho conhecimento  desse contrato que havia entre o Pedro Nadaf e o João Rosa. Tive conhecimento depois da terceira operação que estourou. Não houve da minha parte extorsão com o seu João".    
 
O peemedebista também disse que não conhece o empresário Filinto Muller, delator da operação e responsável por lavar parte do dinheiro arrecadada. Porém, ele admitiu que pode ter se beneficiado de R$ 500 mil do esquema, valor que teria sido trocado em cheques de Filinto.
 
Carta de Nadaf (atualizada às 14h24)
 
À juíza, Silval apresentou uma carta que ele alegou ter sido enviada por Pedro Nadaf. Na carta, lida pela juíza, o ex-secretário pede desculpas, se dizendo "envergonhado",  e solicita dinheiro para poder custear os advogados.
 
Quanto a ex-secretária de Nadaf e delatora da operação, Karla Cintra, Silval afirma que não a conhece e acredita que ela "não tem nada a ver com essa situação".
 
Membros da organização (atualizada às 14h29)      
 
Silval passou a falar sobre a participação dos membros da organização criminosa no esquema.
 
"O Pedro [Nadaf] é o que eu falei pra senhora: ele conhecia todos os problemas que eu tinha e ajudava sempre que tinha a oportunidade".
                       
"Eu sei de todos que participaram, mas eu não sei qualificar se todos são da organização criminosa".        
 
Em relação ao seu ex-chefe de gabinete, Silvio Araújo, Silval disse que o ajudou em R$ 25 mil para custear uma cirurgia. 
 
"O Silvio auxiliava para esse dinheiro entrar, sabia de todas as dívidas. O Nadaf sabia de todas as dívidas também e o trabalho dele era ajudar a arrecadar esse dinheiro de propina". 
 
Já Marcel de Cursi, conforme o ex-governador, tinha o papel de cumprir as suas ordens. 
 
"E ele tinha conhecimento de que esse dinheiro era pra pagar dívida. Agora, os meios de como ele conseguia esse dinheiro, eu não tenho conhecimento".
 
Vistorias (atualizada às 14h40)
 
A promotora de Justiça Ana Bardusco perguntou sobre os decretos em que Silval atestou vistorias em várias empresas, entre elas as empresas do João Rosa. 
                     
"Não lembro desse decreto. Sei que assinei, e quem entrega o decreto na mesa é o secretário, só isso".
 
Ana Bardusco questionou os motivos pelo quais Nadaf pediu desculpas na carta.
 
"Ele [Nadaf] sabe que eu não sabia dessa negociação. Não tinha conhecimento de nada. Pedia desculpa por causa disso. E o único motivo que tinha para o Pedro pedir desculpas".
 
O depoimento é encerrado.

 

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