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Silval: ele e Maggi deram R$ 6 mi para Eder mudar depoimento

Por: MidiaNews/Lucas Rodrigues
Publicado em 12 de Agosto de 2017 , 08h25 - Atualizado 12 de Agosto de 2017 as 08h25


O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em delação premiada, afirmou que ele e o também ex-governador e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), pagaram R$ 6 milhões ao ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes, para que este mudasse sua versão sobre um esquema de corrupção e os inocentasse em depoimento à Justiça.
 
A informação foi revelada em reportagem exibida pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, na noite desta sexta-feira (11).
 
Conforme a reportagem, a delação foi firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada na última quarta-feira (9) pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
 
O esquema citado por Silval teria relação com a Operação Ararath, que investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.
 
A operação resultou em várias ações, dentre elas uma que investiga suposta compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), por R$ 12 milhões.
 
Esta ação teve como base documentos e informações prestadas por Eder Moraes ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Polícia Federal.
 
De acordo com a reportagem, após revelar o esquema, em 2014, Eder procurou Silval e  Maggi e pediu R$ 12 milhões para mudar sua versão.
 
Silval contou à PGR que ele e Maggi aceitaram pagar metade do valor exigido, sendo que cada um arcaria com R$ 3 milhões.
 
A parte paga por Maggi, de acordo com Silval, foi entregue a Eder em 2014 e 2015 pelo empresário Gustavo Capilé, diretor do jornal Diário de Cuiabá.
 
Já os R$ 3 milhões de Silval teriam sido repassados a Eder por meio de Silvio Araújo, ex-assessor do ex-governador.
 
Mudança de versão
 
Após o pagamento, conforme a reportagem, Eder acabou mudando de versão. Ele chegou a se retratar do depoimento e pedir que suas declarações não fossem levadas em conta como prova, mas a Justiça negou os pedidos.
 
Na época, o ex-secretário alegou que havia mentido no primeiro depoimento, em razão de ter sido "tomado pela emoção" por não ter sido indicado para a vaga no TCE.
 
A mudança de versão, no entanto, foi levada em conta na decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu arquivar o inquérito que apurava a possível participação de Blairo Maggi no esquema.
 
Como a delação revelou que a versão de Eder seria mentirosa e "paga com propina", segundo a reportagem, a PGR poderá abrir novos inquéritos ou até solicitar a reabertura da investigação contra o ministro.
 
Envolvimento de Bezerra e Wellington
 
Ainda na delação, Silval tambem teria citado que o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) recebeu R$ 4 milhões para apoiar uma candidatura à Prefeitura de Cuiabá. O nome do candidato não foi citado.
 
O senador Wellington Fagundes (PR), conforme a reportagem, também foi citado por Silval como beneficiário de propinas de construtoras, a título de doações de campanha.
 
Bezerra se defendeu dizendo que o pagamento citado por Silval "não tem fundamento", uma vez que ele faz parte do diretório estadual do partido e não interfere em eleições municipais.
 
Já Wellington alegou que todas que as doações recebidas por ele constam em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.
 
Por sua vez, o ministro Blairo Maggi, em nota, disse nunca fez ou autorizou qualquer pagamento para que Eder mudasse sua versão e classificou a acusação como "mentirosa, leviana e criminosa".
 
Ele ainda afirmou que jamais usou meios ilícitos na sua vida pública ou em suas empresas.
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