O próximo governador de Mato Grosso deve focar o mandato na logística. A projeção é do deputado estadual José Riva (PSD), que justificou a necessidade do Estado melhorar a infraestrutura para facilitar o escoamento da produção.   

Durante entrevista concedida neste domingo (17) no programa “Conexão Poder”, na TV Rondon (SBT), o parlamentar avaliou que a logística deveria ser o setor a receber mais investimentos na gestão do próximo chefe do executivo estadual.

“O próximo governador deve focar na logística, melhorar as condições das nossas rodovias, investir na ferrovia Mato Grosso/Pará, reabrir a discussão das hidrovias imediatamente, pois o Brasil se acovardou, cedendo às pressões internacionais de Organizações Não Governamentais (ONG), pseudo-ambientalistas. Além da logística, é preciso traçar um planejamento para resolver o problema da saúde, pensar na nossa educação e na qualidade do ensino, pois temos tido investimento nos espaços físicos, como foram realizados nas duas últimas gestões, mas me preocupa muito a questão pedagógica, que tipo de profissional queremos no futuro? Qual a qualidade do nosso ensino fundamental? do ensino médio? Nossos jovens estão chegando despreparados no ensino superior. É preciso pensar na logística, saúde, educação e ter um governo mais social”, avaliou Riva.   

GERENTÃO – O próximo chefe do executivo deve ter perfil de ‘gerentão’, com a característica de ser ‘tocador de obras’, na visão de Riva. “Precisamos de um tocador de obras. Se formos fazer uma análise de Mato Grosso, trata-se do Estado mais viável da federação, mas é o que precisa de mais investimentos para dar o retorno. Gasta-se mal o dinheiro público e a Lei de Eficiência, que nós propomos, vai ajudar a resolver isso, reduzindo o investimento na atividade meio e promovendo nos serviços essenciais. O perfil de governo que Mato Grosso precisa é de ‘gerentão’, mas bom gestor”.

BASE FORTE – Ao fazer análise sobre o cenário político das eleições para o governo do Estado no próximo ano, Riva afirmou que a base de sustentação do governador Silval Barbosa (PMDB) tem grandes chances de eleger o sucessor.

“Vejo força nesse grupo do governador Silval para a sucessão. A discussão da eleição majoritária será intensificada em 2014. Não se constrói uma candidatura sem base sólida. A base do PSD, PT, PMDB, PR e PP, desses partidos aliados, é muito forte. Logicamente, que qualquer candidatura se constrói com um nome que tenha o mínimo de credibilidade, mas o processo político passa por essa base solida que tem esse grupo da situação, que pode contar com o PTB que pode vir a fazer parte”.

Entre os nomes de potencial dentro do grupo da situação, Riva citou o senador e ex-governador Blairo Maggi (PR), o empresário Eraí Maggi (PP), o juiz federal Julier Sebastião (sem partido) e o ex-vereador e candidato derrotado nas eleições do ano passado para a Prefeitura de Cuiabá, Lúdio Cabral (PT).

Além disso, o parlamentar acredita que o governador Silval Barbosa termina a gestão com boa avaliação, o que representa maior musculatura para o grupo conseguir eleger o sucessor.

“Não acho que o governador terminará o mandato mal avaliado, ainda não sei se o senador Blairo Maggi tem a intenção de ser candidato, mas é um ótimo nome. O PT tem o Lúdio, o juiz Julier é um nome novo. Quanto ao senador republicano, não é um nome que pode ser desprezado, bem articulada, a candidatura é forte, com condições de ganhar o governo”.

Questionado se o governador Silval Barbosa deve ser candidato ao Senado, Riva analisa que a avaliação deve ser feita no momento certo. “Ainda não sei se ele tem essa pretensão de disputar, mas acho que terminará o governo em alta. Quando começar a mostrar as obras, e tem muito o que mostrar, termina bem avaliado. A partir do momento em que ele [Silval Barbosa] decidir se disputa o pleito, a discussão da candidatura majoritária será ampliada”,

CONSELHO POLÍTICO – Riva criticou a ausência de um conselho político na gestão do governador. “Silval Barbosa pecou nisso, pois é necessário o conselho político com especialistas, técnicos de cada área para ajudar a planejar o Estado. É preciso olhar o Estado, a relação entre os poderes é boa, mas estes não são convocados para um debate profundo no momento de crise, de buscar soluções para os problemas. Passamos por greves que foram mal conduzidas, a discussão com as categorias seria melhor se tivesse a participação de todos os poderes. A Casa Civil há muito tempo também não cumpre o seu papel de ser o grande articulador do governo. A falta de um conselho político também fez com que o grupo não discutisse a sucessão do governador com antecedência”.

SECRETARIADO – O secretariado do governo do Estado também foi avaliado pelo deputado Riva, que criticou a existência de um perfil mais técnico em detrimento do político.  “Tem secretário que merece nota maior e outro, menor. Acho que o secretariado fica para a recuperação, deixou a desejar fazendo uma avaliação geral. O governador deveria ter enfrentado mais a discussão com os partidos, não cedido tanto, por isso acabou tendo uma equipe mais política. Quando se prioriza o perfil técnico, tem melhores resultados. No geral, daria nota 6 ou 5 para o secretariado”, classificou.