Gestor terá desafio de administrar dívida de R$ 4,7 milhões
Gestor terá desafio de administrar dívida de R$ 4,7 milhões
O vereador que assumir a presidência da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta quinta-feira (5), terá pela frente o desafio de administrar uma dívida de R$ 4,7 milhões com fornecedores, prestação de serviços e verba indenizatória.
Para isso, o Poder Legislativo conta com um orçamento - chamado duodécimo - de R$ 34,3 milhões para o próximo ano, conforme a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2014.
O valor representa um acréscimo de 5% em relação ao recebido pelo Poder Legislativo neste ano, que foi de R$ 32 milhões.
O montante da dívida foi anunciado no início do mês passado por uma comissão formada pelos vereadores Chico 2000 (PR), Renivaldo Nascimento (PDT), Allan Kardec (PT) e Maurélio Ribeiro (PSDB).
O grupo detectou, por exemplo, que apenas com dívidas previdenciárias, a Câmara, nos 10 meses da gestão do ex-presidente João Emanuel (PSD), acumulou um rombo de R$ 1,6 milhão.
Por conta disso, o Município corria o risco de ser negativado e não receber mais recursos federais.
A Prefeitura entrou na Justiça pedindo a independência dos poderes, para que o Poder Executivo não fosse afetado pela inadimplência do Legislativo.
Para contornar a situação financeira, João Emanuel demitiu mais de 140 funcionários comissionados, com o objetivo de enxugar a folha de pagamento.
Segundo Chico 2000, sem a medida, a Câmara corria o risco de não ter dinheiro sequer para pagar o 13º salário dos funcionários.
Escândalo
Semanas depois, João Emanuel viu seu nome apontado pelo Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, na Operação Aprendiz, como o mentor de um suposto esquema de fraude em documentos e desvio de recursos do próprio Legislativo.
Num vídeo entregue ao Gaeco, Emanuel afirma à empresária Ruth da Silva Dutra que a Câmara tinha tantos recursos à disposição, que ele precisava "inventar" em que gastar o dinheiro - a despeito da situação financeira complicada que ele mesmo apregoava.
Opositores de Emanuel, desde o início de sua gestão, os dois concorrentes na disputa pela presidência, Chico 2000 (PR) e Júlio Pinheiro (PTB), sabem que o desafio será o de mostrar a transparência que tanto cobraram, ao longo dos 11 meses da atual gestão.
Ambos também pertencem à base aliada do prefeito Mauro Mendes (PSB), e legislariam com o apoio do Poder Executivo.
O mandato-tampão durará até o final de 2014. Para os dois anos finais da atual legislatura, será eleita uma nova Mesa Diretora.
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