O secretário de Planejamento, Marco Aurélio Marrafon, responsável por monitorar a execução dos contratos de gestão de todas as pastas do Governo, afirmou que a busca pelo equilíbrio financeiro do Estado será o principal objetivo para os próximos oito meses.

Com uma dívida de mais de R$ 900 milhões, fruto de uma “herança” deixada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Marrafon admitiu que a tarefa não será fácil.

“Estamos no caminho do equilíbrio financeiro, mas não será sem dor e lágrimas. Temos uma tarefa de organização financeira dura pela frente e terá que ser feita com muita calma, sangue frio, sabendo que estamos no rumo certo para não entrar no canto das sereias e morrermos afogados”, disse ele ao MidiaNews.

Para o secretário, os decretos do governador Pedro Taques (PDT), em janeiro deste ano, foram importantes para “arrumar” o caixa do Estado.

“A busca do equilíbrio fiscal e a manutenção orçamentária foram as maiores dificuldades, nesses primeiros 100 dias de gestão. Isso demandou e ainda demanda grande atenção para segurar a estrutura do Estado. Por isso, vieram aqueles decretos que travaram o gasto público das áreas não essenciais. Agora, com o fim dos 100 dias, começamos um processo de reconstrução dos pagamentos dos contratos”, disse.

“Já a questão orçamentária é sempre uma dificuldade à parte, porque lidamos com fatores que não dependem exclusivamente do Governo, como o Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (Fex). Até mesmo, pelas dificuldades financeiras herdadas”, afirmou.

Marrafon rebateu as críticas de a gestão de Pedro Taques estaria travada, se voltando apenas para investigações sobre a gestão passada.

Para ele, apesar das inúmeras auditorias, diversas ações foram feitas. Como exemplo, ele citou obras de tapa-buraco, durante o Carnaval, a retomada das obras do MT Integrado e blitz nas principais avenidas da capital.

“É preciso ter em mente que, com a situação que herdamos, as principais tarefas foram em termos de gestão. Porque até para pagar uma conta é preciso ter segurança de que aquilo que está se pagando é devido. E nós não tínhamos essa segurança”, disse.

“Todo esse momento pode não aparecer, mas é essencial para se montar uma base. Diria que todo o primeiro ano será para se construir uma base. Nesse momento, as pessoas não conseguem ver as paredes da casa, mas, se essa base está sendo bem feita, a parede vai subir e irá ficar em pé. O que não podemos fazer é criar um castelo de areia”, afirmou.

O secretário de Planejamento disse ainda que a população deve “ter calma” e dar um prazo de, ao menos, um ano para a gestão Taques “solidificar o caminho”.

Novo plano de metas

O governador Pedro Taques deve ter em mãos todas as ações monitoradas por Marrafon até o próximo dia 22 de abril.

Dados iniciais dão conta de que a equipe de Governo conseguiu concluir mais de 90% das metas que foram estabelecidas no contrato de gestão.

“Encontramos dificuldades que não tínhamos condições de prever na transição. Mas, conseguimos levantar frentes importantes, além do esperado. Muitos acordos de resultados não significam que irão mudar o mundo de um dia para o outro. Sções de gestão, planejamento, organização da máquina e diminuição das despesas que vão fazer diferença quando chega à ponta”, disse.

Após a entrega dos relatórios, um novo acordo de resultados será assinado pelos secretários. Desta vez, o plano será de oito meses.

“Até o dia 22 de abril, vamos fazer um encontro. Vou apresentar para o governador os dados, ele vai fazer um estudo e cobrar dos secretários às metas não cumpridas. Depois vem um novo plano. A previsão inicial era de 6 meses, mas estamos pensado em fazer até o final do primeiro ano de gestão, com um total de 3 mil ações”, completou o secretário.