O produtor rural Eraí Maggi revelou, em entrevista ao MidiaNews, que sua filiação a um novo partido terá como prioridade a base de sustentação política da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Eu não gostaria de ficar em oposição ao Governo Federal, mesmo porque eu entendo que o Estado é muito rico em potencial produtivo. Temos fartura, abundância, mas temos que viabilizar a logística. Mato Grosso é pobre em infraestrutura e nós dependemos do Governo Federal, que tem nos dado apoio para o setor do agronegócio, para o Estado”, disse.

Ex-PDT, Eraí tem sido cortejado por vários partidos, na reta final das filiações com vistas às eleições de 2014. O prazo se encerra no próximo sábado (5).

Desde o primeiro semestre, o empresário, primo do senador Blairo Maggi (PR) e considerado o “Rei da Soja”, já foi sondado pelo PTB, PR, PMDB e PSB.

“Temos que fazer as obras das BRs 080, 163, 242 158 andarem, serem concluídas. Por isso mesmo, minha preferência é estar no arco de alianças do Governo Federal. Até porque não somos o Estado de São Paulo, que, se quiser, pode virar as costas. Temos que ser responsáveis nesse momento”, afirmou.

Com essa expectativa, Eraí já estaria descartando o PSB, que nacionalmente apoia a candidatura dp governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República.

Outro partido que pode ter dificuldade em negociar com o empresário é o PTB. Em Mato Grosso a sigla faz oposição ao governador Silval Barbosa (PMDB), porém faz parte da base de Dilma Rousseff.

Eraí Maggi, no entanto, afirmou quem tem ouvido todos os partidos e discutindo o que seria melhor para seu projeto político-eleitoral.

“Estou escutando todos os partidos, mas não estou dizendo que vou em um ou em outro. Ainda estou conversando e, obviamente, até o final desta semana, terei dado minha decisão”, disse.

Palácio Paiáguas

Considerado forte o suficiente para concorrer ao Governo do Estado, Eraí Maggi afirmou ao site que qualquer candidatura será discutida apenas no próximo ano.

“Essas conclusões não têm que ser feitas agora. Tenho que trabalhar nesta semana para concluir os entendimentos. Eu não estou dizendo que vou ou não ser candidato, mas é uma questão que tem que ser avaliada junto a classe política, os empresários do agronegócio, com os empresários no geral, com a população. Vamos escutar e definir isso só no ano que vem”, afirmou.

O discurso do empresário, entretanto, já começou a mudar.

No início deste ano, por exemplo, ao ser questionado sobre uma possível saída do PDT, partido ao qual estava filiado até o início do mês, Eraí afirmou que tudo não passava de “especulações”.

“Falam muito, porém não há nada certo. É muita especulação do assunto”, disse, à época.