As investigações da Operação Frau, desencadeada nesta quarta-feira (27) pela Polícia Civil, apontam que mais de 100 pessoas foram beneficiadas por um esquema de falsificação de carteiras de motoristas, em 39 cidades de Mato Grosso.

O esquema tem ramificação nos Estados de Goiás e Tocantins, segundo as informações.

Das 135 ordens judiciais - sendo 19 mandados de prisão temporária e 116 ordens de depoimento em delegacias -, a operação contabilizou o cumprimento de 19 mandados de prisão, mais de 30 ordem de depoimento e 29 ordens buscas e apreensão nos Estados de Mato Grosso, Goiás (oito presos, 10 conduções e nove buscas e apreensão) e Tocantins (1 preso).

Em Cuiabá, um servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) foi preso e 16 fiscais examinadores, conforme informações da Polícia Civil, credenciados ao órgão serão conduzidos à Delegacia de Polícia Fazendária. Eles serão interrogados sobre o esquema de corrupção na emissão de CHN.

De acordo com as investigações, o perfil dos candidatos escolhidos pelo esquema criminoso, embora sofresse variação, era  de pessoas analfabetas ou semianalfabetas, além de idosos, notadamente do Estado de Goiás.

O candidato nem se deslocava para fazer as provas práticas e, mesmo assim, retirava a habilitação em Mato Grosso.

Em Goiás, foram decretadas 8 prisões temporárias, 60 depoimentos obrigatórios em delegacias e 13 mandados de busca e apreensão.

Entre os presos, Valdimar Tomaz dos Santos, servidor da Ciretran do município de Aruanã, na fronteira de Goiás com Mato Grosso. Ele é apontado como mentor do esquema.

Segundo o delegado Joaquim Leitão Junior, o servidor é dono de uma autoescola, que está em nome do filho menor de idade, e seria o articulador do esquema criminoso.

Autoescolas

Pelo esquema, o suspeito mantinha contato com pessoas dentro dos órgãos de trânsito e autoescolas. Além de arregimentar candidatos para retirar de forma fraudulenta carteira de motorista em Mato Grosso, principalmente no polo de Barra do Garças (507 km a Leste de Cuiabá).

“As investigações chegaram à conclusão de que tudo ou grande maioria desaguava nele. Ele aparece nas investigações como o chefe de todo o esquema. Todas as pessoas recorriam ao Valdimar, pois ele tinha contatos com pessoas do Detran”, explicou o delegado.

Segundo a Polícia, o suspeito de ser o chefe da fraude, Valdinei Tomaz, atuava junto com Yuri Moreira e Silva, morador da cidade de Araguaiana (563 km a Leste de Cuiabá) e que aparece como administrador responsável pela autoescola de Valdinei, em Uruana.

Nas investigações Yuri, é apontado como a pessoa responsável por recrutar candidatos para o esquema de Valdinei.

“Praticamente tudo passava pelas mãos dele, mas sabemos que trabalha para Valdimar”, disse o delegado.