Polícia demite delegado acusado de roubar gado em MT
Polícia demite delegado acusado de roubar gado em MT
O governador Silval Barbosa (PMDB) determinou a demissão do delegado Arnaldo Agostinho Sottani, após procedimento administrativo disciplinar provar envolvimento do policial com roubo de gado em Mato Grosso.
A decisão, do dia 20 de agosto, consta no Diário Oficial do Estado que circulou na quinta-feira (22).
Atualmente lotado em Alto Garças (357 km ao Sul da Capital), Sottani não teria investigado o furto de 250 cabeças de gado, na região de Carlinda (762 km ao Norte de Cuiabá), em 2010, por ter, supostamente, recebido propina de um fazendeiro.
De acordo com a publicação do Diário Oficial, o ato do governador foi feito com base nas recomendações da Procuradoria Geral do Estado, último órgão a investigar o delegado.
Anteriormente, a Corregedoria da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso e o Conselho Superior da Polícia Civil de Mato Grosso já haviam sugerido a demissão de Sottani.
Tráfico de drogas
Além deste procedimento administrativo, o policial já foi investigado por envolvimento com o tráfico de drogas.
Em 2010, como adiantou o MidiaNews, Arnaldo Agostinho Sottani foi preso em Catalão, no Estado de Goiás, pela suspeita de praticar o crime.
Segundo as informações, o Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) da cidade, Sottani estava pilotando um avião, que seria arrendado por um amigo, quando foi abordado pela Polícia.
O grupo policial afirmou que não encontrou droga no local, mas, ainda assim, deu voz de prisão ao delegado de Mato Grosso.
Por falta de provas, em 2012, a Justiça de Goiás absolveu o policial das acusações.
Práticas arbitrárias
Arnaldo Agostinho Sottani foi denunciado, juntamente, com outros dois policiais civis e outros dois delegados, em abril de 2008, pelo Ministério Público Estadual (MPE) por "práticas arbitrárias".
Eles foram acusados de abuso de autoridade contra cidadãos e advogados, inclusive, por caso de tortura e omissão, em Comodoro (644 km a Oeste da Capital).
Na época, a denúncia foi proposta pela promotora Ana Cristina Bardusco Silva, na Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública.
O caso aconteceu quando os policiais investigavam a morte de outro policial. Eles invadiram a residência de acusados e os conduziram "arbitrariamente" às dependências do Centro Integrado de Segurança e Cidadania do Coxipó, o Cisc-Sul, em Cuuabá.
Segundo a denúncia, lá eles ficaram por seis horas. Não havia mandado judicial.
Os três delegados, na denúncia do Ministério Público, foram acusados de praticar "ato atentatório aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional".
Considerado como integrante da "velha guarda" da Polícia Civil de Mato Grosso, Sottani atua, desde 2002 como delegado.
Esteve na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf) da Capital e no Plantão Metropolitano.
Em 2005, ele foi transferido para a Delegacia Municipal de Alta Floresta; depois, foi para Pontes e Lacerda e, posteriormente, para Comodoro.
Sottani, atualmente, estava em Alto Garças. Ele é delegado de Polícia Civil há 11 anos e trabalha como servidor público há 25 anos.
Em 2008, o policial também atuou em Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), quando assumiu a vaga do delegado Richard Damasceno Lage, preso durante a Operação Arrego, acusado de receber propina do esquema do jogo do bicho.
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