MT pode ser rota de tráfico internacional de pessoas
MT pode ser rota de tráfico internacional de pessoas
Com um crescimento expressivo no número de registros relativos ao tráfico de pessoas entre 2000 e 2013 - 1,7 mil ocorrências -, o Brasil vem duplicando, de 211 para 416, os casos por ano.
O resultado do levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público aponta Mato Grosso com 284 casos nos diferentes tipos legalmente associados ao tráfico de pessoas.
No entanto, apesar de o número parecer pouco, o Estado pode ainda estar servindo de rota para este crime, em função da travessia de pessoas por meio da fronteira entre Bolívia e Cuiabá, conforme depoimento de um homem originário de Bangladesh (país asiático), na semana passada.
Em entrevista ao "Bom dia Brasil", na última quinta-feira (24), foi revelado que intermediários ofereceram emprego, bom salário e visto em Brasília.
Nesse trajeto, teria chegado até à Bolívia, vindo para Cuiabá de ônibus e, daqui, seguiu até o Distrito Federal, onde descobriu que tinha caído em um golpe.
No DF, a Polícia Federal encontrou, ainda, mais 22 pessoas também vindas de Bangladesh, todas vítimas de tráfico e vivendo em condições degradantes.
O Centro-Oeste é a segunda região brasileira com maior número de casos, 358 em diferentes tipos de casos associados ao tráfico de pessoas.
Em primeiro lugar está o Sudeste, com 754 registros, e em terceiro, o Sul, com 332 registros.
O estudo, elaborado pela Comissão de Direitos Fundamentais do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) levou em conta a análise de 1.758 documentos judiciais e extrajudiciais relacionados ao tráfico de pessoas, registrados nas vinte e três unidades do MP.
Os crimes associados ao tráfico de pessoas são: redução à condição análoga à de escravo; aliciamento para fins de emigração; tráfico internacional de pessoa para fins de exploração sexual; tráfico internacional de pessoas; tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual; tráfico interno de pessoas; entrega de filho menor a pessoa inidônea; promover ou auxiliar envio de criança ou adolescente para o exterior.
A pesquisa registrou queixas de pessoas trazidas do exterior e de brasileiros levados para outros países.
As maiores vítimas são principalmente crianças e jovens.
Do total de 1,7 mil casos registrados, maior parte (1.348), diz respeito à redução de pessoas à condição análoga à de escravo.
Outro lado
O MídiaNews tentou contato com o Departamento da Polícia Federal, responsável pela investigação desse tipo crime na fronteira, bem como com o MPE.
Nenhum dos órgãos se manifestou sobre o assunto.
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