NOTÍCIA | OPERAÇÃO SOB SUSPEITA

Mãe denuncia sumiço de filho sob proteção da Justiça

Mãe denuncia sumiço de filho sob proteção da Justiça

Por: Midia News//DÉBORA SIQUEIRA
Publicado em 07 de Maio de 2013 , 10h31 - Atualizado 07 de Maio de 2013 as 10h31


A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso ouve, nesta terça-feira (7), às 9 horas, o depoimento de trabalhadora rural Maria de Lurdes Evangelista de Oliveira, 63 anos, moradora do assentamento Ena, em Feliz Natal (536 km ao Norte de Cuiabá).

Ela teve o filho desaparecido depois que ele testemunhou um suposto crime ambiental, que culminou numa ação da Polícia Federal, denominada Operação Mapinguari, em 2007, para combater exploração de madeira, dentro do Parque Indígena do Xingu.

A mulher é mãe de João José Evangelista de Oliveira, 26, que em 2006 foi a testemunha-chave que levou o Ibama e a Polícia Federal a desencadearem a operação.

Na época, foram presos indígenas, madeireiros e servidores da Sema e do Ibama, por envolvimento em crimes ambientais.

Contudo, a mulher levanta suspeitas de que tudo teria sido fruto de "armação" de uma ONG e o seu filho teria sido incluído, sem o consentimento dos pais, no Programa de Proteção de Testemunhas do Ministério da Justiça.

 Em 2006, ainda com 18 anos, João José morava junto com a mãe em uma fazenda de propriedade da Ong Fundação Fernando Eduardo Lee, com sede no Guarujá (SP). A mãe dele e o padrasto eram funcionários da fundação.

Conforme denúncia feita pela trabalhadora ao procurador Paulo Prado - então, chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPE -, e ao presidente da Assembleia, deputado José Riva (PSD), o filho recebeu uma oferta de R$ 10 mil e um caminhão-toreiro para fazer a denúncia à Polícia Federal e ao Ibama de crimes ambientais.

Ela acusou o gerente da fazenda da ONG, Avenir Fernandes Marques, de ter feita a proposta ao garoto. A ONG possui vários litígios possessivos por terras com madeireiros e produtores rurais da região.

Após a operação ter sido realizada, Avenir passou a esconder o rapaz, para evitar que a suposta farsa da compra da testemunha fosse descoberta. A mãe descobriu que o gerente da fazenda trouxe o rapaz até Cuiabá junto com o advogado Juliano Tramontina e entregue ao Ministério Público Federal.

Alegando que o rapaz corria risco de vida, foi pedida a inclusão de João José no Programa de Proteção de Testemunhas do Ministério da Justiça (MJ).

A mãe disse ter descoberto que o filho, a pedido do procurador da República Mário Lúcio Avelar, foi levado para Brasília (DF), onde permaneceu sob proteção da União no programa de proteção a testemunha, mesmo sem o conhecimento e autorização dos pais que, são responsáveis legais.

Contudo, a procuradora Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro informou os pais do jovem que o mesmo, também sem qualquer conhecimento dos familiares, foi desvinculado do programa no mês de setembro de 2010.

“Tudo que eu desejo é encontrar meu filho e abraçar ele e acabar com está angústia no meu coração. Ele nunca fez nada errado. Preciso de ajuda já não tenho mais a quem recorrer. As pessoas que puseram ele nestas mentiras, usaram ele e sabe lá Deus podem tem feito algum mal a ele”, declarou Maria Evangelista.

Operação sob suspeita

O empresário e blogueiro João Batista da Silva (João Maguila), de Feliz Natal e que também briga na Justiça por uma área que, segundo ele, foi "grilada" pela ONG em Feliz Natal, sustenta que a operação Mapinguari pode ter sido irregular e que sua realização foi "fruto de interesses escusos de pessoas ligadas à ONG", inclusive, autoridades policiais e agentes do Ibama.

Segundo ele, uma série de irregularidades e arbitrariedades teriam sido cometidas pelo Ibama, inclusive a prisão de gente inocente.

“Um exemplo disso foi a prisão do produtor rural João Ismael Vicentini, que teve sua propriedade 100% embargada irregularmente e também foi acusado de extração de madeira no Parque Nacional do Xingu. Recebeu uma multa absurda, mas nunca provaram qualquer irregularidade que possa ter cometido. Nunca adentrou um metro dentro do parque. Desafiamos o Ibama, na época, a provar, por meio de perícia, que ele havia praticado invasão na terra indigna. Mas, esse órgão, que tem muito a explicar sobre isso, sempre se negou a periciar á área. Na realidade, as retiradas de madeira no parque nacional só ocorreram no vizinho município de Nova Ubiratã,”, disse.

João Batista também deve dar declarações a Comissão de Direitos Humanos da AL/MT na reunião desta terça

Outro lado

O MidiaNews tentou contato com a ONG Fundação Fernando Eduardo Lee e com a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal (MPF), mas, em ambos os locais, não foi encontrado alguém que pudesse dar uma posição sobre o caso.

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