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Deputados vão à Bolívia buscar pista de pilotos sequestrados

Deputados vão à Bolívia buscar pista de pilotos sequestrados

Por: Mídia News\ MAX AGUIAR DA REDAÇÃO
Publicado em 09 de Outubro de 2014 , 04h40 - Atualizado 09 de Outubro de 2014 as 04h40


Uma comitiva de deputados estaduais irá, na próxima terça-feira (14), à Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, em busca de uma solução para o sequestro dos pilotos Evandro Rodrigues Abreu e Rodrigo Farias Agnelli.

 


Eles foram levados por ladrões com o avião King Air, modelo C90GTI, prefixo ATY, por volta das 12h30 do dia 20 de setembro passado, em Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá), durante campanha eleitoral da então candidata ao Governo pelo PSD, Janete Riva.

 

A ideia se formar uma comissão e pressionar o Governo da Bolívia é do presidente da Assembleia, deputado José Riva (PSD), que participou, com a família e amigos dos pilotos, de uma manifestação, nesta quinta-feira (9), em frente ao Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande.

 

O movimento pediu mais atenção por parte da Polícia boliviana ao caso do desaparecimento dos pilotos, que já chega ao 20º dia.

 


“É claro que o sequestro foi feito por narcotraficantes bolivianos. Essa informação a Polícia já nos deu. Mas, por que ainda permanecem com os pilotos? Não quero avião, só quero os pilotos de volta. Os familiares e nós já estamos sofrendo muito com isso”, disse Riva, que é dono do avião.

 


O deputado admitiu que poder fazer "jogo duro", caso as forças de segurança da Bolívia não se empenhem ao máximo no caso.

 

“Nós somos apoiadores maciço da Bolívia, com projetos de infraestrutura e até de energia. Somos nós que fornecemos energia para San Mathias [cidade a 70 km do limite do país com Mato Grosso]. Se eles não dedicarem apoio máximo nas buscas, vou pedir ao governador que corte a energia de lá. Até agora, só a Polícia Civil de Pontes e Lacerda tem atuado. Até agora, o Governo da Bolívia não deu uma resposta”, afirmou Riva.

 

O deputado lembrou que tem dispensado toda atenção necessária às famílias das vítimas.

 

O piloto Evandro tem dois filhos, um menino de 14 anos e uma menina de 10. Seu colega Rodrigo é pai de um bebê de dois meses.

 

Emoção

 

Durante a manifestação de hoje, os familiares de Evandro e de Rodrigo se mostraram bastante emocionados com o ato, que contou com a participação de vários pilotos.

 

Alvino Castro, que é irmão de Evandro e também é piloto de táxi aéreo, acredita que uma força tarefa na fronteira Brasil-Bolívia poderia resolver o problema de segurança, principalmente dos pilotos que trabalham naquela região.

 

“Todos os dias, temos voos para aquela região e pilotos sempre ficam ressabiados porque conhecem o perigo. Ninguém faz nada, tem muita pista clandestina e bandidos armados na região. Meu irmão foi vítima de traficantes poderosos, que necessitam do conhecimento dele para pilotar a aeronave. Infelizmente, até hoje, não temos pista alguma e o sofrimento só aumenta”, disse.

 

O empresário Hélio Vicente, proprietário da empresa Abelha Táxi Aéreo, comentou que situações como essas são praticamente uma exigência dos traficantes aos grupos criminosos.

 

“É uma ordem que parte da Bolívia aos bandidos daqui. Eles locam uma aeronave e sequestram o piloto. Dessa vez, eles nem esquematizaram. Encontraram os pilotos na pista e os levaram, com uma aeronave de médio porte. Acreditamos, até o fim, que eles estejam vivos. Mas, a cada dia que passa, a situação se torna mais difícil para família e para nós ,que somos amigos”, disse o empresário.

 

Em 2010

 

Um dos pilotos mais experientes que estavam na manifestação se identificou apenas como Portela. Em 2010, ele foi sequestrado quando voltava de Rondonópolis para Cáceres.

 

Dois homens armados o mantiveram em cativeiro por quatro dias, em uma fazenda na Bolívia, e levaram o avião para traficar droga.

 

“Eu estava em um Sêneca bimotor, quando voltava de Rondonópolis, e colocaram a arma em minha cabeça. Me disseram pra pousar em uma fazenda velha, na Bolívia, e lá eu fiquei por quatro dias, até me soltarem. Todos os dias, eles me mostravam arma e me ameaçavam”, disse.

 

“No dia em que me soltaram, andaram comigo de carro por mais de 5 horas e me soltaram no matagal. Andei muito até um pequeno vilarejo, onde consegui ajuda para voltar pra casa. Até hoje, me emociono de falar disso. Não voo mais para aquela região. Tenho medo e sonho com isso até hoje”, disse, emocionado, o piloto com mais de 30 anos de profissão.

 

Os sequestradores de Portela foram presos naquele ano, mas, segundo ele, já estão soltos.

 

“Eles foram solto. Infelizmente, a lei é essa. E hoje temos nossos dois amigos com eles na Bolívia. Acreditamos que eles estejam vivos, sim. São raras as vezes em que alguém é morto, até mesmo porque eles precisam dos pilotos para conduzir a aeronave”, lembrou.

 

O caso

 

O avião em que viajavam a então candidata ao Governo, Janete Riva (PSD), e sua comitiva foi sequestrado no início da tarde de um sábado (20), no aeroporto de Pontes e Lacerda.

 

A aeronave foi levada junto com dois pilotos, por volta de 12h40. Janete Riva chegou à cidade, a bordo do avião, às 8 horas.

 

Após participar de reuniões e carreata no município, Janete e seu marido, o deputado estadual José Riva, mais a equipe de campanha, voltaram ao aeroporto, para seguir viagem rumo à Vila Bela da Santíssima Trindade.

 

Foi quando souberam que a aeronave, modelo C 90, fabricada em 2006, havia sido sequestrada.

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