A defesa do pizzaiolo Weber Melquis Venande de Oliveira, de 22 anos, que confessou ter  matado e queimado o corpo da jovem Katsue Stefane Santos Vieira, de 25 anos, dentro do forno de uma pizzaria em Cuiabá, pediu à Justiça de Mato Grosso para que o suspeito do assassinato seja submetido a exames de sanidade mental e de dependência química.

“No entendimento da defesa, ele tem algum problema mental e pode representar um perigo para a sociedade e até para ele mesmo”, declarou o advogado Paulo Fabrinny Medeiros. Os pedidos compõem a defesa preliminar do suspeito apresentada à Justiça. O jovem está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo presídio Pascoal Ramos, na capital. “A defesa só deve entrar com pedido de liberdade após saírem os resultados dos exames”, comentou o advogado.

Para o Ministério Público Estadual (MPE), o crime foi cometido por motivo fútil e sem dar chance de defesa para a vítima. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de destruição de cadáver.

Caso seja comprovada a insanidade mental ou a dependência química, Weber Melquis nem chegará a responder pela acusação do MPE, segundo o entendimento da defesa. Uma vez que o suspeito passará a ser considerado pela Justiça como inimputável, ou seja, sem condições de entender o próprio ato criminoso. O MPE ainda não ofereceu denúncia criminal contra o suspeito de cometer o homicídio.

Indenização

Enquanto a defesa do suspeito tenta provar que ele não tem condições de ser responsabilizado pelo ato, a família da vítima tem estudado entrar com pedido de indenização na Justiça. A jovem era a responsável por sustentar a própria mãe, Maria Eunice dos Santos, e uma filha de apenas quatro anos de idade. Ela também tinha um outro filho que mora com um dos dois ex-maridos.

De acordo com o advogado Naime Márcio Martins, que defende gratuitamente a família da jovem por meio do projeto Unijuris/Unic (Núcleo de Assistência Jurídica da Universidade de Cuiabá), será pleiteada inicialmente pela família a guarda definitiva da filha da vítima. A avó já cuida da neta de 4 anos, filha da vítima, desde o nascimento dela. Agora, resta apenas homologar a guarda na Justiça, conforme o advogado.

Feito isso, a defesa da vítima vai pedir uma indenização por dano moral para a família do suspeito. Além disso, conforme o advogado Naime Martins, a defesa da vítima também vai entrar com uma outra ação de alimentos, que consiste em pensão alimentícia para a filha da jovem. Isso porque o suspeito Weber Melquis também trabalhava na pizzaria Fornalha, onde a jovem foi assassinada e carbonizada. O empreendimento pertence a família do suspeito e, desde o crime, ainda não foi reaberta.

Crime

Segundo narrou o MPE, o suspeito fechou a pizzaria de propriedade do pai dele por volta das 23h30 do dia 3 de fevereiro deste ano. Em seguida, o suspeito seguiu em uma moto e abordou, por volta das 3h, jovens que estavam em frente a uma boate, próximo à rodoviária de Cuiabá. O suspeito, ainda de acordo com o MPE, começou a usar drogas com as mulheres e, em seguida, saiu do local na companhia de uma delas para comprar cerveja e cigarros. Eles retornaram para a frente da boate e depois foram para a pizzaria buscar dinheiro para comprar mais drogas.

Dentro do estabelecimento do pai dele, o suspeito deu três golpes de faca na jovem, sendo que um deles acertou o pescoço da vítima. A seguir, o suspeito colocou o corpo dela na fornalha e acendeu. Enquanto o corpo queimava no forno, diz o MP, o suspeito limpou o sangue que estava no chão da pizzaria. O corpo da jovem foi encontrado pela polícia totalmente carbonizado horas depois do crime. Segundo o delegado André Renato Gonçalves, o jovem sentiu uma vontade "súbita" de matar a jovem. E ao fim do depoimento, o suspeito se disse arrependido de cometer o crime.