Ao sair de um culto evangélico em uma igreja em Nova Olímpia, a 207 quilômetros de Cuiabá, a servidora pública Valquíria Alves Ferreira Boscardin, de 42 anos, foi morta a tiros, neste final de semana.


Ela foi assassinada no sábado (9) na frente da igreja Assembleia de Deus, onde também o corpo dela foi velado neste domingo (10) por amigos e familiares, como forma de protesto contra o crime.


O pastor da igreja, José Manoel de Moraes, disse que saiu de casa, que fica nos fundos da entidade religiosa, após ouvir o barulho dos tiros que teriam sido disparados supostamente pelo ex-marido da vítima.


´Quando ouvi o estalo, vi só o alvoroço das irmãs, que gritaram: é tiro, é tiro, mataram a mulher, mataram a irmã´, contou.


O corpo foi sepultado em um cemitério da cidade. Indignados com a morte, amigos da funcionária pública fizeram um protesto com faixas e cartazes.


´Daqui a alguns anos, nós mulheres teremos medo de amar e de acreditar nos homens.


Nada é feito. Tudo faz, tudo acontece e ninguém é punido´, disse a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Marisa Batista de Santana.


Colega de trabalho de Valquíria, a técnica de enfermagem Cíntia Braga disse estar inconformada com o assassinato da vítima.


´Sempre estivemos juntas nos momentos difíceis da minha vida e da vida dela. Sempre confiei e sempre acreditei nela. Sabia que ela queria muito viver.


Ela queria sempre que a Justiça tomasse conta dele´, afirmou.


A Polícia Civil informou que o caso está investigado e que o ex-marido da vítima, principal suspeito do crime, encontra-se foragido.


O casal estava separada há quase dois anos, mas segundo a polícia, ela sofria ameaças constantemente.


Conforme amigos da vítima, ela havia registrado vários boletins de ocorrência denunciando as ameaças do ex-marido.