2 investigados conversam e podem ser presos, revela procurador-geral
2 investigados conversam e podem ser presos, revela procurador-geral
As investigações do Ministério Público Federal (MPF) sobre o esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, descoberto na Operação Ararath da Polícia Federal, ganharam novo fôlego na tarde desta quinta (10). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, veio ao Estado para traçar novas estratégias para a condução dos trabalhos, atualmente realizados por uma força-tarefa composta por 5 procuradores regionais.
Segundo ele, o conteúdo das apurações, na esfera federal, segue sob sigilo, mas, de antemão, já é possível medir a magnitude da ilegalidade que perdurou por cerca de 7 anos. “Não sei se é um dos maiores do país, mas é muito grande”, afirmou. Ele ainda informou que todos os documentos dos autos e as mídias apreendidas nas 5 etapas da operação podem encher uma sala de médio porte.
Apesar de não poder revelar o conteúdo do que já foi constatado até agora, o procurador-geral disse que há informações de que dois investigados na Ararath, mesmo com medida restritiva decretada, isto é, que não podiam ter contato entre si, tiveram conversas. O caso é apurado pela polícia. Entre os que estão soltos por meio deste critério está o deputado José Riva. “Se isso ocorreu, vou postular a revogação da medida cautelar e da prisão preventiva. É assim que se faz.”, adiantou.
Investigados
Rodrigo Janot também comentou casos específicos dos investigados no esquema. Um deles é Riva, que chegou a ser detido no dia 20 de maio e solto logo em seguida e que agora inicia uma empreitada para tentar ser governador. O procurador se ateve a comentar que, até onde sabe, há impedimentos legais para que a candidatura do social-democrata seja viabilizada.
Quanto ao ex-secretário de Estado Eder Moraes, cuja detenção também ocorreu no fim de maio e dura até hoje, Janot preferiu se abster de opinar sobre a necessidade de reclusão. “Cada dia com sua agonia. Vamos aguardar a evolução dos fatos para podermos dizer se a prisão dele, até o momento, foi ou não foi positiva”, sustentou. Os encaminhamentos do MPF, no entanto, até o momento, foram pela manutenção da detenção.
Questionado sobre a possibilidade de investigações que atinjam ex-membros do MPF, como senador Pedro Taques (PDT), outro que irá concorrer ao Palácio Paiaguás, o procurador-geral argumentou que não haverá tratamento diferenciado. Garantiu que quem tiver participação nos atos ilícitos, vai responder judicialmente.
Janot assegurou ainda que a condução dos trabalhos não irá respingar no processo eleitoral deste ano. “O MPF não escolhe quem vai investigar. Todos esses atos precedem o processo eleitoral. As pessoas, quando praticam os atos, sabem muito bem a extensão daquilo que fazem.”, finalizou.
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