O senador Blairo Maggi (PR) criticou as articulações internas na sigla que culminaram com a retirada da pré-candidatura de Francisco Vuolo à prefeitura de Cuiabá. Segundo ele, o PR não deve, neste momento, fechar as conversações com outras siglas e definir, de maneira precipitada, a indicação de um vice na chapa do empresário Mauro Mendes (PSB).

“Tínhamos um candidato viável e, de repente, apareceu o João Malheiros se colocando como vice de Mauro Mendes... O Vuolo foi obrigado a jogar a toalha porque o Malheiros chegou atravessando. A minha reclamação é com relação à forma que tudo foi feito”, afirmou.

Principal liderança do PR, Maggi afirmou que não teve participação na articulação de Malheiros. “Até hoje eu quero descobrir quem deu esse apoio para ele”, disse.

Ele também recomendou cautela à sigla. “Não está na hora de discutir nomes. Temos que definir a aliança primeiro”, disse.

O senador ressaltou que o momento é de o PR conversar com os pré-candidatos que ainda estão na disputa - e avaliar quem tem a melhor proposta, que inclua apoio para os candidatos a vereadores.

“O PR não pode deixar de conversar com os outros partidos. Temos que conversar como todos e ver que bicho vai dar”, declarou.

Ele citou, além do PSB, o PSD, que tem como pré-candidato Carlos Brito, e o PT, com Lúdio Cabral, como opções para o PR.

Para o senador, a indicação de um vice não deve ser a prioridade do PR; mais importante que isso é formar uma coligação forte para eleger um número significativo de vereadores.

“Não é a vaga de vice que é determinante. É preciso pensar no partido, e não nas pessoas do partido. E se algum candidato oferece a vice para o PR, mas não uma coligação para eleger vereadores? Não vale a pena”, observou.

“Efeito trampolim”

Após a desistência do vereador Francisco Vuolo (PR) de concorrer à Prefeitura, anunciada no começo desta semana, o partido passou a trabalhar com a possibilidade de indicar o ex-secretário de Cultura, deputado estadual João Malheiros (PR), como vice do empresário Mauro Mendes (PSB).

Tanto Vuolo como Malheiros se desincompatibilizaram dos cargos que ocupavam no Governo do Estado no dia 5 de junho, dentro do prazo exigido pela Justiça Eleitoral para se candidatar a prefeito ou vice. Com isso, ficou aberto o racha no PR, já que os republicanos passaram a se dividir entre a candidatura própria, com Vuolo, e o apoio a Mendes sugerido por Malheiros.

Maggi se declarou contra um possível “acordão”, que estaria sendo costurado nos bastidores, para que Mendes saia do Palácio Alencastro em 2014 para disputar o comando do Palácio Paiaguás.

“Não acho que política possa ser feita desse jeito. Afinal, seriam menos de 2 anos, considerando o período de desincompatibilização. Minha opinião sobre a candidatura do Mauro é pública, eu acho que ele deveria se poupar este ano e esperar 2014. Mas ele não concordou”, afirmou.