Armados com arcos e flechas, mais de 200 indígenas seguiram pela manhã de sexta-feira, 23 de outubro, para a ponte do Rio Juruena, na MT 170 e por volta das 15h iniciaram a cobrança de pedágio.

Na tentativa de evitar o bloqueio, autoridades municipais se reuniram na tarde desta sexta-feira, na câmara de vereadores, com representantes indígenas, mas a reunião não surtiu efeito e a ponte permanecerá bloqueada até se iniciem os trabalhos de recuperação da estrada de acesso à aldeia.

Entenda o caso!

A estrada de pouco mais de 45 km que liga Juína a aldeia dos Enawenê Nawê foi aberta pelo poder executivo há um tempo. Desde a sua abertura, nenhum trabalho de manutenção foi realizado, deixando o acesso em situação precária.

O Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra), havia prometido enviar uma equipe de máquina e em parceria com a prefeitura realizar a manutenção. Por diversas vezes a data para envio do maquinário não foi honrada pelo governo chegando ao ponto dos indígenas, que cansados de esperar e ouvir promessas, anunciarem o fechamento da ponte com cobrança de pedágio.

Eles chegaram a divulgar uma nota onde diziam que o dinheiro arrecadado no pedágio seria utilizado na contratação de uma empresa para prestar os serviços. As autoridades se mobilizaram e se reuniram na tarde desta sexta-feira com os representantes indígenas com o objetivo de evitar o bloqueio, entretanto, eles estão irredutíveis e só liberarão a ponte após a chegada das máquinas.

Tanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quanto o Poder Executivo, protocolaram ação na Justiça Federal da Comarca de Juína. Estamos no aguardo de uma decisão por parte do juiz, já que a cobrança de pedágio se iniciou e só cessará com a chegada do maquinário, o que está previsto para quarta-feira.