NOTÍCIA | Revolta

Familiares se revoltam com impunidade de índios assassinos de jovens que não pagaram 'pédágio'

Por: CELLY SILVA - JNMT
Publicado em 06 de Janeiro de 2016 , 17h50 - Atualizado 06 de Janeiro de 2016 as 17h50


Quase um mês depois dos assassinatos dos jovens Genesis Moreira, de 24 anos e Marciano Cardoso, 27, que teriam sido vítimas dos índios da etnia Enawenê Nawê, em Juína, ninguém foi responsabilizado pelos crimes até o momento.

 

Foi elaborado um abaixo-assinado, que reivindica a transferência da aldeia dos Enawenê Nawê para outra cidade e o fim das cobranças de pedágio ilegal na BR 174.

As famílias reclamam que a aplicação da penalidade teria se tornado um jogo de "empurra-empurra", entre Ministério Público Federal e a Justiça Federal. Como o caso corre em segredo de Justiça, nenhum órgão repassa qualquer informação à imprensa.

 

“Ninguém faz nada”, reclama Irene dos Santos, irmã de Genesis. Segundo ela, as famílias estão sem qualquer resposta desde o final do ano passado, quando a Justiça entrou em recesso forense.

 

O recesso forense termina nesta quarta-feira, 06 de dezembro, e, segundo Valdinei Gustavo, de 25 anos, amigo de Genesis e Marciano, as famílias estão dispostas a esperar, no máximo até dia 15 de janeiro por uma resposta. “Nós queremos os verdadeiros culpados para pagar atrás das grades”, enfatiza o rapaz, que tem organizado uma série de mobilizações pela memória dos amigos.  

 

Com medo de o caso cair no esquecimento, parentes e amigos dos jovens fazem protestos pacíficos quase diariamente em pontos estratégicos do trânsito de Juína, levantando faixas e pedindo assinaturas em abaixo-assinado que reivindica a transferência da aldeia dos Enawenê Nawê para outra cidade e o fim das cobranças de pedágio ilegal na BR-174. “Estamos conseguindo assinaturas. A gente quer pegar umas 10 mil. Já temos mais de cinco mil. A gente vai apresentar isso na Justiça Federal para eles mandarem para a Funai, e ver como procede, se vai ter como fazer isso ou não”, afirma Valdinei.

 

A família também reclama que, na ocasião em que a Polícia Federal esteve em Juína para resgatar os corpos, o delegado Hércules Sodré, que conduz o inquérito policial, conversou com os índios da aldeia, mas não deu nem pediu informações as famílias das vítimas.

 

A população está inconformada com o fato de os índios ainda estarem em liberdade mesmo tendo confessado a autoria dos crimes e continuar controlando a rodovia, negando às pessoas o direito de ir e vir.

 

CASO X REVOLTA

 

Os dois rapazes foram sequestrados e mortos pelos indígenas após supostamente se recusarem a pagar pedágio ilegal na BR-174, na estrada que liga Juína à Vilhena, no dia 9 de dezembro.

 

O clima de revolta ainda é grande em Juína. A população está inconformada com o fato de os índios ainda estarem em liberdade mesmo tendo confessado a autoria dos crimes e continuar controlando a rodovia, negando às pessoas o direito de ir e vir. Mesmo alguns índios que foram detidos com caminhonetes roubadas em Vilhena, no estado vizinho de Rondônia, nenhum deles foi preso porque pagaram a fiança de cerca de R$ 1 mil cada. No último dia 30, outros dois índios da etnia foram presos em Vilhena com outra caminhonete Amarock roubada, além de arma de fogo e um motosserra.

 

A situação em Juína se complicou de tal maneira que houve até mesmo depredação do prédio da Funai, sendo necessário envio de homens da Força Nacional, mas os funcionários do órgão continuam com medo. O servidor público que testemunhou a execução de Genes e Marciano dentro da aldeia, abandonou a cidade com toda a família, temeroso de que também se tornasse vítima da onda de violência.

 

Segundo Valdinei Gustavo, ele está sendo visto como um “herói” na cidade por ter denunciado a atitude criminosa dos indígenas e não mudar em nenhum momento seu depoimento. “Ele estava com mais medo da população, mas a população está de boa com ele porque ele foi como um herói porque ele veio a denunciar. Os índios também disseram que iriam queimar a casa dele. Eles são valentões, mas eles viram que a população aqui não vai deixar que entrem na cidade. Eles ficaram meio com medo”, afirma.

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