TJ vê ''periculosidade'' e mantém preso assassino de agrônomo
Desembargadores de Câmara Criminal negaram habeas corpus requerido pela defesa de Paulo Faruk
O Tribunal de Justiça manteve a prisão preventiva do produtor rural Paulo Faruk, que confessou ter assassinado o agrônomo Silas Henrique Palmieri, no dia 18 de fevereiro, em Porto dos Gaúchos.
A decisão da 1ª Câmara Criminal foi tomada de forma unânime, em sessão realizada na quarta-feira (27).
O engenheiro, de 33 anos, foi morto com seis tiros no pescoço e na cabeça depois de cobrar uma dívida do produtor rural, com quem comercializava defensivos agrícolas.
O desembargador Orlando Perri, ao justificar o seu voto, citou o relatório enviado para a Justiça. Segundo ele, a informação é de que o fazendeiro devia 12 mil toneladas de grãos à empresa para a qual o engenheiro prestava serviço.
“Parece-me que o crime teria sido motivado por uma dívida que o paciente teria para com a empresa, que era representada pela vitima. Ele [Faruk] era plantador de soja e milho. Parece-me que ele devia cerca de 12 mil toneladas de grãos. Ele diz que estava sendo ameaçado, mas o fato é que existiu uma dívida”, expôs.
Segundo Perri, o fazendeiro estava passando em frente a uma lanchonete e avistou a vítima no local. Ele andava com uma arma dentro do carro e decidiu descer do automóvel.
“Ele estava passando por esse bar, avistou a vítima e aí ele, cego de raiva, de ódio, desceu, tocou o ombro da vítima e fez vários disparos na cara dela”, continuou o desembargador.
"A situação mostra realmente uma gravidade concreta que denota a periculosidade do agente e isso basta para que se mantenha a prisão preventiva com base na ordem pública", finalizou Perri.
Relembre o caso
Silas foi assassinado com seis tiros na região da cabeça enquanto almoçava em uma lanchonete, em Novo Paraíso, distrito a 25 km de Porto dos Gaúchos.
Segundo o delegado Carlos Henrique Engelmann, o engenheiro teria ido até o local para resolver uma desavença comercial em nome da empresa.
O suspeito, que é produtor rural, deveria ter entregado parte da colheita de soja para a Agroinsumos, onde Silas trabalhava, como parte de pagamento de um serviço.
Três dias após o crime, o fazendeiro procurou a Polícia de Juara e se entregou.
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