NOTÍCIA | PEDIDO DE INTERVENÇÃO

MPF requer do IBAMA intervenção no processo de licenciamento para construir hidrelétrica em Juara

Também consta na recomendação laudo técnico da Operação Amazônia Nativa (Opan) que alerta quanto ao risco da sobrevivência física e cultural dos povos indígenas que habitam a região

Por: Só Notícias
Publicado em 09 de Setembro de 2023 , 16h51 - Atualizado 11 de Setembro de 2023 as 06h59


Arquivo/assessoria/ João Américo)

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União expediram recomendação conjunta ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para que intervenha no processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica (UHE) Castanheira, em Juara.

O empreendimento foi planejado para ser construído no Rio Arinos – na Bacia Hidrográfica do Rio Juruena – e tem previsão para ocupar área de 94,7 quilômetros quadrados, estendendo-se por 67 quilômetros.

No entanto, levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostrou que existem terras indígenas ocupando parte do território da bacia e que poderiam ser fortemente impactadas pela construção da usina hidrelétrica.

O MPF e a Defensoria apontam que é obrigatória a intervenção do IBAMA nos licenciamentos e estudos prévios relativos a empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental que afetem terras indígenas ou bens de domínio da União e reforçam que a Usina Hidrelétrica Castanheira poderá afetar unidades de conservação federais como o Parque Nacional do Juruena e a Estação Ecológica do Iquê. “Por si só, já justificaria a intervenção do IBAMA no processo de licenciamento”, apontam.

Também consta na recomendação laudo técnico da Operação Amazônia Nativa (Opan) que alerta quanto ao risco da sobrevivência física e cultural dos povos indígenas que habitam a região (Apiaká, Kayabi, Munduruku, Rikbaktsa e Tapayuna), inclusive aqueles em isolamento voluntário, e que poderiam ser impactados pela construção da usina.

A recomendação considera que a UHE Castanheira, associada aos demais empreendimentos hidrelétricos em operação e previstos para a bacia do Rio Juruena, tem área de abrangência regional com possibilidade de impactos negativos no Mato Grosso,

Pará e Amazonas e menciona que os empreendimentos não podem ser examinados individualmente, mas sim em seu conjunto, sob pena de comprometer a análise real dos impactos gerados, o que demandaria a atuação do Ibama, e não somente dos órgãos estaduais, sem acompanhamento dos órgãos federais, como vem ocorrendo. Foi concedido prazo de 30 dias para que o IBAMA responda sobre o acatamento ou não da recomendação conjunta. 

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