A prefeita de Juara (a 695,6 km de Cuiabá), Luciane Bezerra (PSB), afirma que o município arrecada cerca de R$ 6 milhões por mês. A folha de pagamento bruta consome aproximadamente R$ 3,8 milhões mensais, o que corresponde a 63,3% da receita. 

Apesar da dificuldade financeira, Luciane está conseguindo administrar Juara com apoio político. Tem recebido ajuda dos nove vereadores, dos deputados estaduais Oscar Bezerra (PSB), seu marido, e Janaina Riva (PMDB) e do Governo do Estado. 

Segundo Luciane, o antecessor Edson Piovesan (PPS) não fez as manutenções necessárias no município. Além disso, lamenta o que classifica como “estado de abandono” em Juara.  “Assumi a cidade abandonada, principalmente a área urbana que é o cartão de visitas. A área rural deixou muito a desejar”, lamentou. 

Entretanto, Luciane garante que a prefeitura está desenvolvendo algumas ações como limpeza urbana e operação tapa-buracos com os recursos que sobram.  As principais fontes de  arrecadação são ICMS, FPM e do Fethab. “Conseguimos fazer alguns investimentos, mas demanda é maior do que finanças permitem”, completou a prefeita. 

Luciane reclama que as dificuldades são causadas pelo inchaço da folha de pagamento. Segundo ela, o próprio Ministério Público Estadual (MPE) tem parcela de responsabilidade por obrigar as prefeituras a realizarem concursos sem considerar os impactos a longo prazo. “Antigamente prefeitos não contestavam, faziam os concursos. Hoje, as  prefeituras estão inchadas com funcionários lotados nem sempre nas pastas em que são necessários", pontuou.  

Sustentação política 

De acordo com Luciane, os nove vereadores que compõem a Câmara de Juara estão apoiando sua gestão. A socialista também conta com a sustentação de 14 partidos políticos. “Todos os grandes, com exceção do PMDB, me apóiam. E a oposição não é raivosa e faz somente as cobranças justas”, disse. 

Além do apoio do marido Oscar, Luciane ressalta que recebe ajuda de Janaina que também possui base política em Juara. “Também não posso reclamar do governador Taques. A região Noroeste não está esquecida pelo governo”, concluiu a socialista.