Uma corte da Nova Zel�ndia ordenou nesta segunda-feira que o fundador do site de compartilhamento de arquivos Megaupload continuasse preso, � medida que ele nega acusa��es de pirataria na Internet e lavagem de dinheiro e diz que as autoridades est�o tentando fazer a pior imagem poss�vel dele. A procuradora Anne Toohey afirmou em audi�ncia que o alem�o Kim Schmitz, tamb�m conhecido como Kim Dotcom, era um risco "no ponto extremo da escala" porque teria acesso a fundos, m�ltiplas identidades e um hist�rico de fugir de acusa��es criminais. "O FBI acredita que as somas localizadas n�o representam todas as contas banc�rias do senhor Dotcom", disse.

 
No entanto, o advogado de Dotcom disse que seu cliente n�o representa risco de fugir ou retomar seus neg�cios. Segundo a defesa, o alem�o vem cooperando plenamente com a Justi�a, teve os passaportes apreendidos e os fundos congelados.
 

O juiz David McNaughton diz que uma aplicar uma fian�a seria bastante complicado para uma decis�o imediata, acrescentando que anunciar� uma decis�o por escrito at� quarta-feira. "Dada a dimens�o dos assuntos cobertos pelo processo de fian�a e a seriedade do tema, vou reservar minha decis�o", disse.

 
Autoridades norte-americanas querem extraditar Dotcom sob alega��es de que ele arquitetou um esquema que arrecadou mais de 175 milh�es de d�lares em poucos anos, copiando e distribuindo sem autoriza��o m�sicas, filmes e outros conte�dos protegidos por direitos autorais. A defesa argumenta que o Megaupload.com simplesmente oferecia armazenamento online. A empresa e sete de seus executivos foram acusados de participar do suposto esquema para oferecer material na Internet sem compensar os detentores de direitos autorais.

 Entenda o caso
 As autoridades dos EUA, incluindo o FBI (pol�cia federal americana) tiraram o Megaupload do ar e outros 18 sites afiliados no dia 19 de janeiro por considerar que o site faz parte de "uma organiza��o delitiva respons�vel por uma enorme rede de pirataria virtual mundial" que causou mais de US$ 500 milh�es em perdas ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias. As autoridades norte-americanas consideram que por meio do Megaupload, que conta com 150 milh�es de usu�rios registrados, e de outras p�ginas associadas ingressaram cerca de US$ 175 milh�es.

Megaupload Ltd., e outra empresa vinculada ao caso, a Vestor Ltd, foram indiciadas pela c�mara de acusa��es do estado da Virg�nia (leste) por viola��o aos direitos autorais e tamb�m por tentativas de extors�o e lavagem de dinheiro, infra��es penalizadas com 20 anos de pris�o. Embora tenham participado da opera��o, as autoridades da Nova Zel�ndia n�o devem apresentar acusa��es formais contra o Megaupload, apesar de considerar que a empresa tamb�m infringiu as leis sobre propriedade intelectual deste pa�s.

Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justi�a e o da produtora Universal Music, entre outros na noite de 19 de janeiro. De acordo com os hackers, foi o maior ataque j� promovido pelo grupo, com mais de 5 mil pessoas ajudando.

O an�ncio do fechamento do Megaupload ocorreu em meio a uma pol�mica nos Estados Unidos sobre uma proposta de lei antipirataria, o Sopa, que corre na C�mara dos Representante, e o Pipa, que � debatido no Senado, contra as quais se manifestou, entre muitos outros, o site Wikip�dia, interrompendo seu acesso no dia 18 de janeiro e o Google mascarando seu logo. O protesto foi chamado de apag�o ou blecaute pelos manifestantes.