O governo argentino assegurou na quinta-feira que o super�vit que o Brasil tem no com�rcio entre os dois pa�ses n�o autoriza Bras�lia a fazer cr�ticas sobre o Estado vizinho. O ministro da Ind�stria, Desenvolvimento e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, durante visita aos Estados Unidos, assegurou que as rela��es comerciais com a Argentina sempre foram um problema para o Brasil.

"Temos boas rela��es pol�ticas, mas economicamente � dif�cil lidar com eles", disse o dirigente. Diante dessas declara��es, a ministra da Ind�stria, D�bora Giorgi, respondeu em comunicado que a "realidade do com�rcio bilateral entre Argentina e Brasil n�o permite os coment�rios" de Pimentel.

A ministra afirmou ainda que seu pa�s "procura reequilibrar o com�rcio e a industrializa��o regional, requerendo acesso ao mercado brasileiro e pedindo a elimina��o das in�meras barreiras para-tarif�rias", que, segundo ela, s�o aplicadas para a entrada de produtos argentinos no Brasil. "Defendemos nossa produ��o da concorr�ncia desleal impl�cita nos incentivos � produ��o, � exporta��o e aos investimentos", acrescentou.

O Minist�rio de Ind�stria argentino lembrou que a Argentina representou 19,5% do super�vit comercial do Brasil em 2011, e que o d�ficit do pa�s no com�rcio com o vizinho foi de US$ 5,8 bilh�es. Al�m disso, no ano passado, as importa��es argentinas do Brasil aumentaram 23%. "Nas rela��es comerciais com o Brasil, tanto bilaterais como no �mbito do Mercosul, sempre seguimos as pautas normativas dos tratados regionais e as normas da Organiza��o Mundial do Com�rcio", garantiu Giorgi.

Ap�s o in�cio da crise econ�mica internacional, em meados de 2008, a Argentina iniciou diversos mecanismos comerciais para proteger sua produ��o local, como a implementa��o de licen�as n�o autom�ticas para a importa��o e acordos com setores-chave, como o automotivo, para equilibrar importa��es com exporta��es. Al�m disso, a Argentina criou um novo regime para as importa��es de bens de consumo, mediante o qual se deve informar previamente a realiza��o das compras, que ser�o avaliadas por v�rios escrit�rios governamentais.

Ao ser consultado nesta quinta-feira em entrevista coletiva sobre as declara��es de Pimentel, o titular da Administra��o Federal de Receita P�blica da Argentina, Ricardo Echegaray, disse que os dados do com�rcio "mostram um crescimento das importa��es do Brasil". O funcion�rio lembrou que existe uma resolu��o do Mercosul de 2004 que permite seus s�cios a solicitar informa��o antecipada sobre as importa��es, o que a Argentina passar� a fazer a partir de 1� de fevereiro.