Tem visita importante nesta terça (13) em Brasília. São os técnicos da Unesco que desembarcam para avaliar se a capital federal vai perder ou não o título de patrimônio da humanidade.

As pessoas que moram na cidade sabem que, infelizmente, as exigências não foram cumpridas. Os inspetores da Unesco vão ter quatro dias para avaliar a cidade. Depois é aguardar a decisão. Assim, de imediato, Brasília pode entrar na lista de patrimônios ameaçados.

Do alto, parece uma cidade-jardim. Também se pode ter uma idéia do desenho único da capital federal, símbolo do modernismo e patrimônio da humanidade há 25 anos. Mas, lá em embaixo, a orla do lago Paranoá, por exemplo, deveria ser uma área de livre acesso.

Além de hotéis, o governo local permitiu a construção de condomínios residenciais junto ao lago. Problema que já foi identificado pela Unesco na última visita, há dez anos. Os técnicos fizeram recomendações para interromper a descaracterização da cidade.

Brasília sofre a pressão típica das cidades grandes. No plano piloto, vivem pouco mais de duzentos mil habitantes. Mas durante o dia, a capital incha. Recebe um milhão de pessoas. E o resultado não poderia ser diferente. O trânsito vira um caos.

A Unesco cobrou mais investimentos em transporte público. O superintendente do instituto de patrimônio histórico diz que falta planejamento estratégico.

“É uma cidade que sob vários aspectos parou no tempo”, afirmou o superintendente do Iphan Alfredo Gastal.

Para o governo do Distrito Federal, Brasília melhorou e o plano de preservação, que está em fase final, vai dar respostas a alguns questionamentos da Unesco.

“Neste momento há uma decisão política, governamental de preservar e valorizar o título”, destacou secretário deHabitação do DF, Geraldo Magela

“Houve avanços entre 2001 e agora, especialmente o esforço em se consolidar uma legislação. Mas eles ainda estão muito aquém, não propriamente de uma cidade patrimônio mundial, de qualquer metrópole com a complexidade de Brasília”, completou a coordenadora Cultural Unesco Jurema Machado.

Os arquitetos ficam em Brasília até sábado, vão apresentar um relatório que vai ser votado em uma reunião da Unesco, em julho e aí é torcer por Brasília.