Tragédia da TAM completa cinco anos e acusados ainda não foram ouvidos
Os responsáveis pela maior tragédia da aviação brasileira, a explosão do Airbus 320 da TAM,
Os responsáveis pela maior tragédia da aviação brasileira, a explosão do Airbus 320 da TAM, nem sequer foram ouvidos na Justiça.
Exatos cinco anos após o acidente que deixou 199 mortos, os três réus denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pleiteiam a absolvição sumária no processo, parado desde a entrega das defesas prévias da então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, e dos ex-diretores da companhia Alberto Fajerman e Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro.
Os três respondem por atentado contra a segurança no transporte aéreo.
A acusação é de negligência e imprudência na operação dos voos da empresa e do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, que não apresentava boas condições naquela noite chuvosa de 17 de julho de 2007.
Com a pista principal molhada, o avião que fazia a rota Porto Alegre-São Paulo não conseguiu frear, saiu da pista e explodiu ao colidir com o prédio da TAM.
Autor da denúncia, apresentada há cerca de um ano, o procurador da República Rodrigo de Grandis aguarda a continuidade do processo para marcar depoimentos dos réus e das testemunhas.
É bastante improvável a absolvição sumária em um caso como esse, disse.
O procurador não arrisca estipular uma data para o julgamento, mas, pelo andamento processual, não deve ocorrer antes de dois anos.
Se condenados, Denise, Fajerman e Castro podem pegar de 1 a 3 anos de detenção, caso o juiz entenda que o crime foi culposo - sem intenção.
Mas se a Justiça levar em consideração a destruição completa da aeronave - e o número de mortos -, a pena pode variar entre 4 e 12 anos.
Defensor de Denise Abreu, o advogado Roberto Podval afirma que ela está servindo de bode expiatório.
O trabalho na Anac era puramente jurídico.
Mesmo na Anac, havia responsáveis pela segurança, afirma.
Já Alberto Fajerman diz que ter seu nome entre os réus foi uma surpresa. Minha expectativa é que o juiz entenda que não tive nenhuma participação nesse acidente.
A reportagem não localizou a defesa de Marco Aurélio Castro.
Exemplo.
A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam) defende a condenação máxima, para servir de exemplo e ajudar a evitar outras tragédias.
Eles também cobram capacitação do setor de aviação.
Esse acidente poderia ter sido evitado, afirmou a administradora Silvia Masseran, de 56 anos, mãe de Paula Xavier, que morreu na tragédia aos 23 anos.
Memorial.
Hoje, às 18h45, será inaugurado o Memorial 17 de Julho, em homenagem às vítimas.
A área, de 8.318 m², tem 199 luzes de LED simbolizando as vítimas.
A construção da praça, no local do acidente, custou R$ 3,6 milhões.
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