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Sob protestos, presidente Dilma defende volta da CPMF em discurso no Congresso

Por: Da assessorias dos deputados/ Fotos: Alexssandro L
Publicado em 03 de Fevereiro de 2016 , 06h42 - Atualizado 03 de Fevereiro de 2016 as 06h42


Parlamentares tucanos reagiram à defesa da CPMF feita pela presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional. Em entrevistas e pelas redes sociais, os tucanos criticaram colocações da mensagem presidencial, lida na tarde desta terça-feira (2), e apontaram as incoerências da chefe do Executivo.


O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), ressalta que a bancada não apoiará a volta do imposto. Segundo ele, Dilma repete o mesmo discurso ano após ano, mas não coloca nada em prática. “É um blá-blá-blá interminável, uma cantilena. Ela veio apenas pedir que o Congresso aprove mais tributos para que o governo pegue esse dinheiro do contribuinte para ‘torrar’, como fez em 2015, e fez em 2014 com a campanha eleitoral.  Jamais vamos apoiar essa proposta. Não aceitamos mais impostos e esse governo não merece confiança”, rechaçou o tucano.

Dilma chegou a ser vaiada no plenário da Câmara ao defender a volta do chamado “imposto do cheque”. Parlamentares da oposição exibiram placas com a mensagem “Xô CPMF” enquanto a presidente proferia seu discurso. Na avaliação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a presença de Dilma no Congresso foi “patética”. Segundo ele, a petista estava apenas em busca de espaço na imprensa e de apoio para a aprovação do tributo.


A retomada da cobrança foi colocada por Dilma como uma das prioridades do governo neste ano. Segundo ela, os recursos oriundos desse tributo, que depende da aprovação do Congresso, serão destinados à seguridade social. Os deputados alertam que é possível enfrentar a crise sem tributar ainda mais os brasileiros.

Imbassahy também criticou a ausência de menção à Operação Lava Jato e alertou para a defesa feita pela presidente a uma reforma previdenciária. “Ela falou só de tributos e agora, com 13 anos de PT no governo, resolveu falar de reforma da Previdência. Isso é uma brincadeira, será que nunca perceberam que estávamos caminhando para um desequilíbrio? Vamos ajudar o país em tudo, como sempre fizemos, mas não da forma como ela quer”, disse, ao reforçar a postura do PSDB contra a CPMF.

Vice-presidente nacional do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) também reprovou a fala da petista. “Mais uma vez a Dilma repete a ladainha de que é preciso aumentar impostos para tirar o país da crise que ela e o PT criaram. Hoje ela voltou a defender a recriação da CPMF como a ‘grande’ solução para o desenvolvimento do Brasil. E, obviamente, foi vaiada pela grande maioria dos deputados e senadores que são contra mais essa proposta indecente do governo”, disse Sampaio.

Ele afirmou que votará contra a proposta de recriação da CPMF. ” A Dilma não tem credibilidade para propor aumento de tributos e, tampouco, tem legitimidade para exigir qualquer sacrifício dos brasileiros. Por essas razões e por estarmos convencidos de que essa medida provocaria ainda mais recessão e desemprego, eu e o PSDB somos contrários à volta da CPMF ou ao aumento da carga tributária”, disse.

NÃO AO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA

Betinho Gomes (PE) e Daniel Coelho (PE) engrossaram o coro dos que rejeitam a volta do imposto e manifestaram suas posições contrárias à fala de Dilma. “Dilma centra seu pronunciamento na aprovação da CPMF para buscar o equilíbrio das contas do governo. Diz que é a melhor alternativa. Discordo. O governo tem direito a receber mais de R$ 40 bilhões em impostos devidos por empresas, que podem ser cobrados rapidamente. Cobrar impostos devidos garante justiça fiscal e não contribuirá para aumentar nossa carga tributária, que é escorchante”, reagiu Betinho.

“Ao defender a CPMF, a presidente ouviu um sonoro ‘não’ dos parlamentares presentes. Precisamos diminuir o custo do governo, nunca aumentar impostos. Medidas de redução de ministérios, cargos comissionados e de custos do Executivo e Legislativo terão nosso apoio. Mas qualquer tentativa de aumentar impostos contatará com nossa oposição. O povo brasileiro não aguenta mais pagar a conta de um governo pesado, ineficiente e corrupto”, reforçou Daniel.

O deputado Bruno Araújo (PE) destacou a repetição de promessas que nunca foram cumpridas. “Há um ano a presidente Dilma prometeu o controle da inflação, não aconteceu. Prometeu preservar os empregos, mas foi mais de um milhão de brasileiros desempregados. Prometeu o ajuste fiscal, o que também não aconteceu, foram cerca de R$ 115 bilhões de déficit fiscal. Agora faz mais promessas que provavelmente não serão cumpridas”, comentou. Segundo ele, a presidente se mostrou acuada.

“Que Deus proteja o Brasil, sobretudo nesse momento em que o governo perdeu o controle da epidemia da zika, sem nenhuma ação efetiva que proteja a população brasileira”, acrescentou Araújo. O combate ao mosquito aedes aegypti também teve destaque na fala de Dilma. Só agora, depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar para o surto de microcefalia, ela disse que está preparando o Brasil para a guerra contra o mosquito.

Paulo Abi-Ackel (MG) também considerou o discurso de Dilma frustrante. “Sabemos das limitações da presidente, mas todas as vezes em que o chefe do Executivo vem ao Congresso criamos a expectativa de que vamos ouvir algo novo. Mas a vinda dela não causou nenhum efeito positivo. Pelo contrário, passou ainda mais a ideia de que lhe falta capacidade para dirigir o país, pois não há credibilidade no que ela diz. Os brasileiros continuam desolados”, afirmou.

O deputado Nilson Leitão (MT) participou ao vivo do programa Brasil em Debate, da TV Câmara, logo após a sessão solene.  Em sua participação, o tucano alertou para a discrepância entre o discurso oficial da presidente e suas práticas. “Ela precisa ter mais humildade e honestidade em sua fala”, alertou. O tucano afirmou ainda que Dilma é responsável pelo mau momento pelo qual o país tem passado.

Para o secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), o discurso foi uma perda de tempo. “Ela repetiu a mesma ladainha de 2015, na qual já conhecemos a história desde o primeiro mandato. Falou na reforma da previdência que há 14 anos, o PT promete e nada fez. Não admitiu nenhuma responsabilidade sobre essa crise que se abate sobre o país, sobre o desemprego, inflação, a corrupção da Petrobrás e outros órgãos do governo. Nada sobre a falta de perspectiva, de credibilidade do país”, disse.

O deputado Rossoni (PR) disse que a petista apresentou um pacote de maldades que vai esfolar ainda mais o povo. “Fala em aumentar a arrecadação com elevação  de impostos. Nenhuma medida prática sobre ajuste, controle e cortes de gastos. Pior é o esforço que farão para aprovar a CPMF”, lamentou o deputado.

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