O governador Silval Barbosa (PMDB) disse ter “estranhado” a apreensão de três cheques da Assembleia Legislativa de Mato Grosso com sua assinatura, em uma rodovia de Minas Gerais, na última terça-feira (9).

Os cheques, no valor de R$ 58 mil cada, que estavam em poder de Alvimar Araújo Costa, não tinham data e estavam assinados pelo presidente do Legislativo na época, José Riva (PSD), pelo então primeiro secretário, o próprio Silval, e por Tegivan Morais, que foi secretário de Finanças da Assembleia.

Silval Barbosa exerceu o cargo de primeiro secretário entre 1999 e 2002.

“Não tenho conhecimento sobre o teor desse processo, pois cheguei ontem de Brasília e não conversei sobre esse assunto ainda. Mas, vou procurar me informar a respeito”, disse o governador, nesta quinta-feira (11), após participar na inauguração da fábrica de cimento do Grupo Votorantim, na localidade de Aguaçú, na zona rural de Cuiabá.

Eu acho muito estranho aparecerem três cheques como esses na mão de uma pessoa agora. Até porque fui eu quem aboliu os cheques como forma de pagamento da Assembleia, quando era primeiro-secretário. Há exatamente 10 anos, o Poder Legislativo de Mato Grosso não emite mais cheques”, completou o governador.

Alvimar afirmou à Polícia que havia encontrado as folhas de cheque "em uma rua de Cuiabá", há cerca de 15 dias.

Ele já responde a inquérito policial por estelionato.

Apreensão

Os cheques, que estavam destinados à empresa Eldorado Construções Obras de Terraplanagem Ltda., foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), próximo ao município de Araxá, no Triângulo Mineiro.

Além dos títulos, a polícia também apreendeu R$ 790 mil e 50 mil euros, em dinheiro.

A PRF informou que o dinheiro estava escondido em uma mochila no porta-malas do carro e as folhas de cheque, em um compartimento oculto no console do carro.

Alvimar foi preso e encaminhado à Polícia Federal. Ele prestou depoimento e já está em liberdade.