Silval diz que "é uma pena" deixar remédios vencerem
Silval diz que "é uma pena" deixar remédios vencerem
Ele disse que já há uma sindicância em andamento para apurar os culpados pelo problema, e descartou responsabilizar o secretário de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima (PP), pela situação caótica.
“Determinei uma apuração para responsabilizar de quem é a culpa por essa falta de planejamento. O Mauri entrou agora na secretaria há cinco meses, e fez a primeira aquisição de medicamentos de sua gestão na semana passada”, afirmou.
“Foi uma aquisição de pouco mais de R$ 1 milhão, para comprar medicamentos mais emergenciais, e está em andamento outro processo para atender às outras demandas de medicamentos do Estado”, informou Silval.
O governador não se estendeu sobre o assunto, mas a informação é que os problemas na gestão da Farmácia de Alto Custo já eram de seu conhecimento antes da denúncia veiculada pela TVCA. Na semana passada, o MidiaNews publicou reportagem que mostra que o Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Alexandre Guedes, instaurou este ano 14 inquéritos civis para apurar a falta de medicamentos para 14 doenças diferentes, entre elas Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer, e problemas renais.
Além disso, em portaria publicada no dia 29 de abril deste ano, o secretário Mauri exonerou o Coordenador de Assistência Farmacêutica, Edson Henrique Bérgamo, que era o responsável pela Farmácia de Alto Custo desde maio de 2011.
Bérgamo ocupava o cargo por indicação do deputado estadual Antônio Azambuja (PP), e as informações são de que sua exoneração pode ter sido o estopim para as críticas que o parlamentar começou a disparar contra a pasta e a gestão de Mauri.
Na esfera administrativa, a Farmácia de Alto Custo é gerida por uma Organização Social (OS), o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas).
Em 2011, a Secretaria de Saúde também teve problemas com o prazo de validade dos medicamentos, na gestão de Pedro Henry (PP) e Vander Fernandes (PP). Na época, a pasta comprou 55 toneladas de remédios já vencidos, o que foi um dos motivos para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovasse as contas da secretaria.
Outro lado
A Secretaria de Saúde informou, por meio de assessoria de imprensa, que a investigação já está nas mãos da Auditoria Geral do Estado, que vai apurar o tamanho do prejuízo aos cofres públicos causado pela perda de medicamentos e identificar os responsáveis. Paralelamente, a secretaria seguirá com um processo administrativo interno para punir os responsáveis.
A assessoria informou, ainda, que o cargo de Bérgamo está vago desde sua exoneração, no final de abril. Enquanto isso, a Farmácia de Alto Custo é coordenada diretamente pelo gabinete do secretário de Saúde.
Briga pela pasta
Silval Barbosa garantiu a permanência do secretário no cargo em meio à crise com o PP, e voltou a afirmar que ele continua no comando da pasta. Na semana passada, ele se reuniu com Azambuja e seu colega de bancada, Ezequiel Fonseca (PP), e negociou um “cessar-fogo” com os dois deputados.
Na ocasião, o governador se comprometeu a avaliar o relatório elaborado pela Casa Civil sobre a situação da pasta, para definir o que fazer. A expectativa de Azambuja é que o governador desse uma nova posição esta semana .
“O Mauri está lá na secretaria e vai ficar na secretaria. Ainda não tenho nada para falar sobre saída dele. Não avaliei o relatório ainda e não tenho prazo para responder aos deputados sobre isso. E já avisei a eles que não tem prazo”, disse Silval.
O governador afirmou que vai conversar com a bancada do PP e buscar um entendimento, de modo que ele possa manter o secretário no cargo e, por outro lado, manter também o partido em sua base aliada.
“Eu não sei se o PP vai para a oposição. Nós vamos conversar sobre isso. Eu só não posso confundir apoio com deixar fazer o que quiser na secretaria. Não posso permitir isso”, concluiu.