NOTÍCIA | TRANSAÇÕES SUSPEITAS

PF vê indícios de corrupção em compra de fazenda pelo Sesc

PF vê indícios de corrupção em compra de fazenda pelo Sesc

Por: Midia News // DA REDAÇÃO
Publicado em 08 de Julho de 2014 , 07h06 - Atualizado 08 de Julho de 2014 as 07h06


A revista IstoÉ, de circulação nacional, trouxe uma reportagem, em sua edição desta semana, sobre a venda de uma fazenda, na região de Nobres, pelo ex-proprietário da empreiteira Encomind, investigada pela Polícia Federal na Operação Ararath.

 

A área, em que fica a cachoeira da Serra Azul, explorada pelo turismo, foi comprada pelo Sesc Nacional. O valor da venda, de R$ 20 milhões, teria sido superfaturado.

 

O então presidente da Fecomércio-MT, Pedro Jamil Nadaf, hoje secretário-chefe da Casa Civil do governador Silval Barbosa (PMDB), foi quem assinou o contrato.

 

Confira a íntegra da reportagem:

 

Transações suspeitas

Polícia Federal vê indícios de corrupção em compra de propriedade superfaturada pelo Sesc, com a participação de personagens envolvidos na Operação Ararath

 

Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br

 

A Polícia Federal encontrou indícios de que o Sistema S teria sido usado para abastecer o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro investigado pela Operação Ararath em Mato Grosso.

 

Em 2011, o Sesc Nacional comprou do empresário Rodolfo Aurélio Campos uma fazenda de cinco mil hectares, na região de Barra do Ribeiro Triste.

 

Pagou pelo imóvel R$ 20 milhões, pelo menos dez vezes mais que o valor de mercado. Avaliação feita pela Edificar Empreendimentos Imobiliários, importante corretora local, aponta que a propriedade valeria hoje R$ 2,5 milhões. Há três anos, não custaria mais que R$ 2 milhões.

 

A compra suspeita foi autorizada pelo então presidente do Sesc Nacional, Antônio José Domingues de Oliveira Santos.

 

Mas quem assinou o contrato, como representante da entidade, foi o presidente da Fecomércio-MT, Pedro Jamil Nadaf, que ocupava simultaneamente a Secretaria de Indústria e Comércio do governo Silval Barbosa (PMDB).

 

Atualmente, ele é secretário da Casa Civil. Tanto Nadaf como Silval e Rodolfo Campos são investigados na Operação Ararath.

 

Ouvido por ISTOÉ, Oliveira Santos disse que a compra observou as regras do Sesc e que duas avaliações corroboraram o valor desembolsado. Uma de R$ 31,8 milhões e outra de R$ 28,4 milhões.

 

“Essa propriedade valia o dobro. Nós conseguimos uma ótima negociação”, diz ele.

 

Além de aprovado pelo Conselho de Administração, o negócio passou pelo Conselho Fiscal, presidido por Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência. Ele também defendeu a compra, ao menos do ponto de vista dos princípios da instituição e de regras contábeis.

 

“Não nos cabe avaliar oportunidade, conveniência e valores. Isso é com o conselho de administração”, afirma.

 

Fruto da contribuição dos trabalhadores do comércio, os recursos do Sesc devem ser aplicados em atividades de qualificação profissional, lazer e bem-estar. A fazenda é hoje usada como refúgio ecológico.

 

“Fizemos uma reunião lá. Tem uma colônia de férias. Parece um projeto adequado às normas de lazer aos comerciários e preservação do meio ambiente”, diz Gabas.

 

Nadaf não retornou os contatos da reportagem, mas Oliveira Santos fez questão de defendê-lo. “Ele só assinou. Não tem nada a ver com isso.”

 

Depois de 34 anos à frente do Sesc e do Senac, Oliveira Santos foi afastado na terça-feira 1o por determinação do STJ. O motivo foi uma condenação do TCU relativa a prestações de contas de 2001.

 

Reportagem publicada pela IstoÉ:

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JUARA MATO GROSSO



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