Pedro Henry se entrega em Brasília, renuncia ao mandato, vai para a prisão e quer cumprir pena em Cuiabá
Há três possibilidades: Carumbé, Polinter e Casa do Albergado, na Capital
O ex-deputado federal Pedro Henry (PP) aguarda uma decisão judicial para saber se poderá cumprir a pena, no regime semiaberto, de sete anos e dois meses, em Cuiabá.
Condenado pelo Mensalão petista, o ex-parlamentar se apresentou nesta sexta-feira (13) à Polícia Federal e seguiu para o Centro de Integração e Reeducação (CIR), unidade localizada no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Henry deve dividir o espaço com outros condenados do esquema, como José Genoíno (PT), José Dirceu (PT), o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
"Construí minha vida com a Medicina, participei pessoalmente de mais de 20 mil procedimentos cirúrgicos;a partir de agora, retorno a minha profissão de origem, sem arrependimentos ou amarguras, feliz por ter vivido essa experiência com todos vocês"
Ao MidiaNews, o advogado do ex-deputado, José Antônio Álvares, revelou que encaminhou hoje um novo pedido para que a Justiça acate, de forma urgente, a solicitação do seu cliente
No início de novembro, Álvares já havia solicitado o cumprimento da pena em Cuiabá, sob o argumento de Pedro Henry ser pai de um menor de idade (um menino de oito anos) e ter residência fixa.
Na Capital, há três opções para o ex-deputado, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh): Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antigo Carumbé, Casa do Albergado e Polinter.
No caso da Polinter, a Sejudh reforçou que o local não abriga condenados, porém, caso uma decisão judicial saia, o Governo do Estado deverá cumpri-la.
Trabalho e prisão
Como Pedro Henry foi condenado a cumprir a pena em regime semiaberto, José Antônio Álvares também informou que já foi solicitado à Justiça que o ex-deputado possa ,trabalhar quando estiver fora da unidade prisional.
Segundo o advogado, Henry, médico com três especialidades, não terá dificuldade em receber propostas de emprego na Capital. O ex-deputado é médico-legista, clínico geral e hiperbárico (que faz cirurgia de redução do estômago).
Álvares ressaltou que, mesmo com problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e hepatite, Pedro Henry cumprirá normalmente a pena que lhe cabe.
Carta de renúncia
Antes de se entregar à Polícia Federal nesta sexta-feira, por volta das 12h30, o ex-deputado encaminhou uma carta de renúncia à Câmara dos Deputados.
No documento, Pedro Henry inicia afirmando que “não fugi, não em escondi e nem renunciei, pelo contrário, colaborei e esclareci todas e quaisquer dúvidas, abri meus sigilos fiscais e bancários, expus todas as minhas particularidades”.
O ex-parlamentar também citou o fato de que, quando se viu condenado pelo Supremo Tribunal Federal e foi tentar argumentar sua inocência, deu com “trechos incompletos de depoimentos, que quando analisados na sua integralidade, levariam a conclusões diferentes daquela, me foi negado o duplo grau de jurisdição, que pudesse garantir minha defesa”.
No final, Pedro Henry agradeceu aos cacerenses que o apoiaram e concluiu que, a partir de agora, retorna para a Medicina.
“Construí minha vida com a Medicina, participei pessoalmente de mais de 20 mil procedimentos cirúrgicos, a partir de agora, retorno a minha profissão de origem, sem arrependimentos ou amarguras, feliz por ter vivido essa experiência com todos vocês”.