Número de mortes após incêndio em boate já chega a 245, afirma polícia
Número de mortes após incêndio em boate já chega a 245, afirma polícia
O incêndio ocorrido na madrugada deste domingo (27) na boate Kiss, em Santa Maria, Região Central do Rio Grande do Sul, já deixou pelo menos 245 mortos, segundo a Brigada Militar.
O resgate dos corpos no local da tragédia foi concluído no final da manhã.
Pelo menos outras 48 pessoas ficaram feridas e foram levadas para atendimento em hospitais da região.
O número total de vítimas fatais e de feridos ainda é desconhecido.
A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local em busca de mais informações sobre as circunstâncias da tragédia.
Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava fez uma espécie de show pirotécnico, usando um sinalizador.
As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.
O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado.
A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.
Ao menos seis casas de saúde da região receberam vítimas do incêndio, e voluntários estão auxiliando o trabalho na cidade. ´Estamos mobilizando todo o estado.
Temos hospitais de diversas regiões se disponibilizando para ajudar.
De Canoas, Santo Ângelo, Santa Cruz, enfim. Todos estão colaborando para oferecer o melhor atendimento possível.
Os trabalhos são intensos e é preciso uma mobilização muito grande´, disse Ciro Simoni, Secretário Estadual da Saúde, em entrevista à Rádio Gaúcha.
O Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, que tem uma unidade especializada em queimaduras, também receberá feridos.
´Banda utilizava efeitos pirotécnicos´
Taynne Vendrúsculo, estudante que estava na boate durante o incêndio, afirmou ter visto o vocalista da banda que se apresentava no local utilizando efeitos pirotécnicos durante o show.
´Foi durante uma música em que o cantor estava fazendo uma apresentação que tinha efeitos [pirotécnicos], porque provocou faíscas, alguma coisa que acreditamos que possa ter sido isso que causou [o incêndio].
Foi muito rápido. Ele estava cantando e, quando a gente viu, ele parou de cantar e aí a gente olhou e prestou atenção no que estava acontecendo e tinha o fogo no teto´, contou à GloboNews.
´Fumaça se espalhou muito rápido´
A estudante Luana Santos Silva, de 23 anos, que estava no local no momento do incidente, disse em relato à GloboNews que o fogo se alastrou rapidamente pelo interior da boate.
Ela afirmou que estava próxima à saída quando o fogo começou.
´Nós olhamos para o teto lá na frente do palco e estava começando um fogo.
Foi um amigo nosso que nos mostrou, aí nós começamos a cair.
Minha irmã me puxou e eu saí arrastada pelo chão´, contou Luana.
Segundo a jovem, a fumaça se espalhou rapidamente.
´Foi bem no início, foi só atravessar a rua e começou a sair fumaça.
Aí começou a sair o pessoal desesperado e gente machucada. Era uma porta pequena para muita gente sair´.