O advogado Zaid Arbid tentou, mais uma vez, protelar o julgamento do "Comendador" João Arcanjo Ribeiro pela morte do empresário Sávio Brandão, fundador do jornal Folha do Estado.

Ao invés de apresentar a lista com as testemunhas de defesa, no prazo dado pela Justiça, ele tenta embargar a decisão da juíza da 1ª Vara Criminal, Mônica Catarina Perri Siqueira.

O recurso foi interposto no Fórum de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) e já está nas mãos da juíza para ser despachado. Neste caso, há celeridade da Justiça em realizar o julgamento.

No próximo mês, completam-se 10 anos que o Ministério Público fez a denúncia contra Arcanjo, apontado-o como mandante do assassinato, quase um ano após a morte de Sávio Brandão, ocorrida em 30 de setembro de 2002.

A juíza deve dar uma resposta sobre o recurso de Arbid na semana que vem. Se seguir a tendência do Tribunal de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deve rejeitar os embargos que a defesa do réu vem, há quase uma década, utilizando para tentar impedir que Arcanjo vá a julgamento.

Caso seja negado o último embargo, haverá um prazo de mais cinco dias úteis, após a publicação da decisão no Diário de Justiça Eletrônico, para que Arbid possa, enfim, entregar a lista de testemunhas.

Ele pode, se a decisão não lhe for favorável, tentar embargar novamente. Contudo, se a quantidade for considerada excessiva, como ocorreu no STJ, a juíza pode marcar o júri.

A pauta de julgamentos do mês de setembro já está finalizada. Caso não ocorram novas manobras, Arcanjo pode ir a julgamento até 16 de dezembro, data do último júri de 2013.

Outros participantes

Os outros participantes do crime foram julgados há anos. Condenado por ter disparado os tiros, o ex-cabo da Polícia Militar Hércules Agostinho sentou no banco dos réus em 12 de dezembro de 2003 e foi condenado a 18 anos de prisão.

O ex-soldado PM Célio Alves, condenado em 17 de junho de 2005, por dar apoio ao crime, foi condenado a 17 anos de cadeia. Ambos estão na Penitenciária Federal de Porto Velho.

Fernando Belo, que pilotou a moto levando Hércules na garupa, foi condenado a 13 anos de prisão, mas morreu, vítima de assassinato, em 29 de dezembro de 2011, no bairro Doutor Fábio, em Cuiabá.

O crime

Sávio Brandão foi executado na tarde do dia 30 de setembro de 2002, por volta das 15h30, quando visitava as obras da nova sede de seu jornal, na Rua Tereza Lobo, no bairro Consil, em Cuiabá.

Foram disparados tiros de pistola 9mm, que atingiram a cabeça do empresário.

Sávio estava em companhia de um engenheiro da construtora contratada para erguer o novo prédio.

Segundo testemunhas, dois homens ocupando um moto o aguardavam numa esquina da rua e se aproximaram do empresário já atirando.

Arcanjo está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Porto Velho.