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MT tem 253 médicos estrangeiros; maioria é da Bolívia

MT tem 253 médicos estrangeiros; maioria é da Bolívia

Por: Midia News // DA REDAÇÃO//DÉBORA SIQUEIRA
Publicado em 10 de Julho de 2013 , 05h27 - Atualizado 10 de Julho de 2013 as 05h27


Levantamento do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT) aponta que 253 médicos formados no exterior estão inscritos na entidade, dos quais 164 estão na ativa.

A maioria deles - 130 - atua no interior e apenas 34 permanecem em Cuiabá. O levantamento se refere ao período de 2002 a 2012.

A Bolívia é o país que mais exporta profissionais da Medicina para Mato Grosso. São 193 formados nas universidades bolivianas inscritos no CRM/MT. Em seguida, aparecem os cubanos, com o total de 27 médicos.

Há ainda profissionais formados na Argentina, Angola, Colômbia, Chile, Equador, Espanha, Líbano, México, Peru, Paraguai, Portugal, Polônia, Rússia e Uruguai exercendo a Medicina em Mato Grosso.

A principal instituição revalidadora do diploma de profissionais da medicina formados fora do Brasil é a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com 64 casos no período de 10 anos.

Isso significa que apenas seis novos médicos estrangeiros conseguem, por ano, exercer legalmente a Medicina no país com aval da UFMT.

Outras 24 universidades federais aplicam a prova de revalidação, mas mantêm alto índice de revalidação as universidades do Ceará (53), Amazonas (37), Santa Catarina (21), Alagoas (13) e Mato Grosso do Sul (11).

 

As demais têm números inferiores a 10 novos médicos estrangeiros aprovados em suas provas de revalidação, nos últimos 10 anos.

Sem condições

Para a presidente do Conselho Regional de Medicina, Dalva Neves, após o médico ter o diploma revalidado, não importa onde ele se formou, o que importa é exercer legalmente a profissão no país.

“A revalidação tem provas teórica e prática, com casos clínicos para se fazer o diagnóstico. Há médicos tentando, há quatro anos, passar e não conseguem. Alguns mal falam o português”, observou.

Ela ainda criticou o ensino da Medicina na Bolívia e em Cuba. No primeiro país, em algumas universidades, segundo a médica, o estudante passa apenas cinco anos na faculdade, sendo que o sexto ano de internato ele pode fazer em qualquer lugar.

“Há dois meses, encontramos cinco estudantes de Medicina brasileiros, que estudavam na Bolívia, atendendo pacientes em Vila Bela da Santíssima Trindade [521 km a Oeste de Cuiabá]. No Brasil, no sexto ano, os alunos têm médicos como preceptores, eles não podem medicar e nem consultar sem supervisão. Em Cuba, os médicos formados na Elam (Escuela Latinoamericana de Medicina) passam apenas quatro anos na faculdade, que forma médicos sem condições de atuar, até mesmo, no próprio país”, disse Dalva.

Diferencial

O médico boliviano Renê Diaz Rodriguez passou no primeiro exame da revalidação do diploma na UFMT.

“Fiz faculdade federal na Bolívia. Lá tem muitas faculdades particulares, o ensino da Medicina que tive lá foi muito bom e os colegas que vieram para o Brasil não tiveram dificuldades em revalidar os seus diplomas”, disse.

Antes de decidir pelo Brasil, o médico foi para Argentina e a Espanha, mas o diferencial é que, nesses países, os médicos recém-formados têm que pagar para fazer a residência médica.

No Brasil, era apenas a prova da revalidação. Além disso, o Governo Federal paga uma bolsa aos residentes.

“Fiz minha residência em pediatria no Hospital Júlio Muller e, hoje, sou brasileiro naturalizado, concursado da UFMT e da Prefeitura de Cuiabá”, disse Rodriguez.

Um dos motivos que atraem os médicos bolivianos para o Brasil são os salários pagos, mais altos em comparação com o país vizinho.

“A diferença é muito grande, mas não foi o motivo que me trouxe aqui, eu queria fazer residência”, completou o médico.

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JUARA MATO GROSSO



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