Legenda para tanto não falta. A partir de agora basta o ministro Blairo Maggi aceitar o desafio de disputar a Presidência da República. Isso foi o que disse o presidente nacional do PP, senador piauiense Ciro Nogueira em entrevista à Rádio Capital, em Cuiabá, ontem.

Com base em pesquisas qualitativas feitas por seu partido, o líder pepista disse que o eleitor brasileiro quer um candidato a presidente com perfil conservador e que espera votar em algum líder com esse perfil. Para ele, Blairo se encaixa nesse contexto. Ciro Nogueira, porém observa que quando fala em conservador “não é no sentido de retrocesso, mas de conservar o que há no país, as garantias das famílias, as garantias sociais, as garantias trabalhistas. Temos que ter pessoas que possam ter coragem de fazer mudanças, como a redução no tamanho do Estado, valorizar quem produz; acho que esse perfil é o da próxima eleição”. Ainda segundo ele, 70% do eleitorado nacional tem perfil conservador.

Sem economizar elogios a Blairo, Ciro Nogueira disse que ele é a grande esperança do PP para a disputa presidencial. Mais: revelou que o ministro mato-grossense é um sonho antigo (para ser candidato a presidente) por seu partido e que durante quatro anos o convidou para ser seu correligionário.

Blairo e Ciro Nogueira são colegas de bancada no Senado desde fevereiro de 2015, mas o mato-grossense encontra-se licenciado para integrar a equipe do presidente Michel Temer, onde exerce o cargo de ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por indicação do PP. A aproximação dos dois em plenário teria reforçado o posicionamento do líder pepista de que o PP deve tentar a sucessão de Temer.

Quanto ao perfil de Blairo, Ciro Nogueira não tem dúvida de que ele é o desejado pela grande maioria do eleitorado. Sobre sua capacidade administrativa o líder pepista sintetiza, “quando Blairo esteve do governo de Mato Grosso, foi uma referência para todo o Brasil”. Também ressaltou seu desempenho no ministério.

Na entrevista Ciro Nogueira salientou que o PP é um partido em crescimento, com presença nacional e que ocupa dois importantes ministérios: Agricultura e Saúde. Lembrou também da força parlamentar pepista no Congresso Nacional. Um dos integrantes de sua bancada na Câmara dos Deputados é o mato-grossense Ezequiel Fonseca.

Se Blairo aceitar o pedido de seu líder e entrar na disputa será o terceiro representante de Mato Grosso em eleição para presidente. Os dois anteriores, o marechal Eurico Gaspar Dutra, em 1945, e Jânio da Silva Quadros, em 1960, foram eleitos.

Blairo sempre faz mistério sobre seu amanhã político, mas milita nessa área desde 1994, quando disputou o primeiro pleito e foi eleito primeiro suplente de senador de Jonas Pinheiro. Em 2002 e 2006 venceu em primeiro turno a corrida para o Palácio Paiaguás. Em 2010 tornou-se o primeiro candidato mato-grossense a romper a barreira de um milhão de votos ao conquistar uma cadeira no Senado com 1.073.039 votos. Mesmo reticente sobre o tema Presidência, o ministro mato-grossense costuma tratá-lo com naturalidade, sem se entusiasmar e sem se assustar, mas sempre criando expectativa quanto ao seu amanhã.