O juiz federal Sergio Fernando Moro determinou, nesta sexta-feira (13), que as CPIs do Congresso que investigam a Petrobras tenham acesso integral às provas colhidas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). O pedido foi feito pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente das comissões.

Serão compartilhadas as provas de nove ações penais que tratam de suposta lavagem de recursos desviados da Petrobrás, além dos processos referentes à prisão do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, interceptações telefônicas, e quebras de sigilo bancários. O acesso aos processos pelas CPIs se dará de forma eletrônica, através das chaves dos documentos que serão enviadas através do ofício para Brasília.

“Como se trata de investigações já em andamento e com período delimitado de trabalho, entendo que há certa urgência, a demandar uma resolução judicial independentemente da prévia oitiva das partes, como tenho feito em casos similares”, diz o juiz em parte do despacho. Ainda segundo Moro, as CPIs poderão auxiliar a apuração dos fatos através do acesso às provas.

CPIs Suspeito de integrar um esquema criminoso, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa depôs no dia 10 de junho à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que investiga irregularidades na estatal. Ele negou ter utilizado a companhia para se beneficiar em negócios.

Investigado na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Costa é acusado de ter recebido propina e de ter envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Devido às acusações, ele está preso na carceragem da Polícia Federal no Paraná.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, depôs na CPI mista que investiga a estatal e admitiu, na quarta-feira (11), a possibilidade de "erros" de planejamento na compra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e disse que fica "envergonhada" com as denúncias de irregularidades envolvendo a petroleira.