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Justiça bloqueia 15% de valor repassado para suposta laranja

Justiça bloqueia 15% de valor repassado para suposta laranja

Por: DO IG
Publicado em 14 de Maio de 2014 , 10h29 - Atualizado 14 de Maio de 2014 as 10h29


A Justiça Federal só conseguiu bloquear 15% dos R$ 20 milhões repassados pela BBom a uma das investigadas por suspeita de serem laranjas do negócio, acusado de ser uma pirâmide financeira.

 

A empresa que recebeu os recursos é a M-Cor Holding, aberta em 2011 e administrada até 2012 pelo próprio dono da BBom, João Francisco de Paulo. Hoje, a M-Cor é detida pela EWS Investimentos, que, como o iG mostrou em reportagem, tem sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um dos paraísos fiscais mais sigilosos do mundo.

 

A BBom transferiu os R$ 20 milhões em julho de 2013, mês em que teve as atividades e as contas bloqueadas por decisão judicial da 4ª Vara Federal de Goiás, onde enfrenta um processo que pede sua dissolução.

 

Em agosto, em outra ação contra a BBom, a 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo determinou o congelamento dos R$ 20 milhões transferidos à M-Cor. Desse total, entretanto, apenas R$ 2,94 milhões foram encontrados, segundo decisão de 6 de maio do juiz Marcelo Costenaro Cavali. Ou seja, R$ 17 milhões escaparam ao congelamento.

 

Juiz fala em "artifício voltado à lavagem" de dinheiro

 

Para justificar o recebimento dos R$ 20 milhões, a M-Cor Holding alegou à Justiça que foi contratada pela BBom para prestar serviços de consultoria. Segundo o juiz, entretanto, não foi apresentado qualquer resultado concreto desses serviços.

 

Para Cavali, o negócio entre as duas empresas “aparenta ser justamente um artifício voltado à lavagem do produto de delito”.

 

Existem outras relações entre a M-Cor e João Francisco de Paulo. O administrador da M-Cor atualmente é Cesar Augusto Santos Pereira, sócio da Quanta Educação, empresa que é investigada por ter recebido R$ 30 milhões das BBom.

 

A M-Cor ainda transferiu R$ 10 milhões para a Forts Administração e Incorporação, construtora cujo sócio recebeu R$ 1 milhão da BBom.

 

Jair Jaloreto Júnior, advogado da Quanta, afirma que a empresa prestou serviços à M-Cor e nega a acusação de lavagem de dinheiro.

 

“Todo dinheiro transferido é decorrente de um contrato de prestação de serviços executados e tudo isso foi comprovado."

 

Daniel Catuzzi, advogado da Forte Administração, afirma que seus clientes foram procurados no início de 2013, quando "não havia qualquer investigação em andamento ou atividades da BBom" e que os valores recebidos são referentes a um contrato para a construção de um galpão de grandes proporções e para a compra de uma área destinada à implementação de duas torres residenciais.

 

Catuzzi também ressalta que os recursos recebidos da M-Cor ficaram por semanas nas contas da Fortes – o que indicaria não haver interesse dos empresários em lavar dinheiro.

 

O advogado da M-Cor e de Cesar Pereira não respondeu aos contatos da reportagem. A BBom informou que não comentaria.

 

Entenda o caso

 

Apresentada como marketing multinível, a BBom teve as atividades bloqueadas em julho de 2013 sob a acusação do Ministério Público Federal em Goiás de que sustenta das taxas de adesão cobradas de quem aderia ao negócio. Em novembro, os negócios foram parcialmente liberados pela Justiça e, em abril, o Superior Tribunal de Justiçla questionou um dos processos contra a empresa.

 

À época da liberação, o dono da BBom informou ao iG que 38% dos haviam se associado à empresa não haviam recuperado os investimentos. A dívida com eles, disse João Francisco de Paulo, era de aproximadamente R$ 130 milhões.

 

Os R$ 17 milhões transferidos à M-Cor e ainda não encontrados pela Justiça equivalem a 14% desse total alegadamente devido. Somados os R$ 17,3 milhões transferidos à empresária de Campinas, chega-se a 26%.

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JUARA MATO GROSSO



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