NOTÍCIA | CASO SÁVIO BRANDÃO

Júri de Arcanjo é marco no combate ao crime organizado

Júri de Arcanjo é marco no combate ao crime organizado

Por: Midia News // DA REDAÇÃO //DÉBORA SIQUEIRA
Publicado em 24 de Outubro de 2013 , 09h57 - Atualizado 24 de Outubro de 2013 as 09h57


Onze anos depois do assassinato do empresário Sávio Brandão, fundador do jornal Folha do Estado, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro vai a julgamento. Ele é acusado de ter encomendado a execução.

 

O júri está marcado para as 8 horas desta quinta-feira (24) e já é considerado um marco no combate ao crime organizado em Mato Grosso.

 

Conforme a denúncia do Ministério Público, uma série de reportagens do jornal estaria atrapalhando o enriquecimento de Arcanjo - uma delas citava um negócio do bicheiro em uma usina hidrelétrica dentro de uma terra indígena, em Mato Grosso.

 

Brandão foi avisado por um intermediário de Arcanjo de que ele teria que parar com as reportagens, contudo, não obedeceu o desejo do então comendador.

 

A morte de Sávio Brandão foi o ápice, dentro de uma série de homicídios que ocorriam na época. Em 28 de abril de 2002, o sargento PM José Jesus de Freitas, apontado como um dos pistoleiros a serviço de Arcanjo, foi assassinado.

 

Em 5 de junho de 2002, Rivelino Brunini e Fauze Rachid Jaudy foram mortos na Avenida do CPA.

 

No dia 7 de agosto de 2002, o cabo Valdir Pereira, vereador em Várzea Grande, foi assassinado.

 

Segundo o MPE, todas as mortes têm relação com João Arcanjo Ribeiro, direta ou indiretamente.

 

O sargento Jesus, por ter sido o braço direito do ex-bicheiro nos crimes de mando, segundo o MP, e os demais por representarem concorrência a João Arcanjo na jogatina, à exceção de Sávio Brandão.

 

No dia 5 de dezembro de 2002, na deflagração da Operação Arca de Noé, a Polícia Federal fez cerco à mansão do ex-bicheiro, no bairro Boa Esperança. Contudo, Arcanjo tinha conseguido fugir para Montevidéu, no Uruguai.

 

Ele foi preso em abril de 2003 como nome falso e extraditado para o Brasil em 2006 e ficou na Penitenciária do Pascoal Ramos, em Cuiabá até outubro de 2007, quando foi encaminhado para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

 

Em março deste ano, ele foi enviado para a unidade federal de segurança máxima em Porto Velho (RO), onde também estão detidos Célio Alves e Hércules Agostinho, também condenados pelas mortes de Sávio Brandão.

 

Apesar de Arcanjo ter sido condenado pelos crimes de contrabando, corrupção, sonegação fiscal, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, até então ele nunca havia sido julgado.

 

O julgamento do Caso Sávio Brandão pode abrir precedentes para que ele retorne novamente aos bancos dos réus para responder pelos demais crimes contra a vida a ele imputados.

 

Manobras da defesa

Durante todos esses anos, o advogado Zaid Arbid usou de todos os subterfúgios da lei na defesa do seu cliente, com incontáveis embargos declaratórios, pedidos de revisão.

 

Ele recorreu até que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que havia chegado a hora de a protelação ter um fim e o réu ser julgado pelos crimes.

 

Ainda assim, ele não se contentou e continuou de todas as formas buscar argumentos para que o júri não se realizasse e entregou a lista das testemunhas de defesa.

 

A última investida dele foi a de colocar a imparcialidade dos jurados sob dúvida e queria mudança da comarca para julgamento.

 

Provas

De acordo com a reportagem do jornal Diário de Cuiabá, um recibo de pagamento no valor de R$ 38 mil, que supostamente seria o preço da contratação dos pistoleiros para matar o empresário Domingos Sávio Brandão Júnior, e um bilhete manuscrito para a então esposa, Silvia Shirata, quando já estava preso, no qual diz que "estou colhendo o que semeei", estão entre as principais provas a serem apresentadas contra o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

 

Conforme as investigações, João Leite seria o representante de Arcanjo no agenciamento dos executores. Ele fez a intermediação com o soldado da Polícia Militar, Célio Alves, que, por sua vez, o apresentou ao colega de farda, cabo Hércules de Araújo Agustinho, e outro amigo, Fernando Belo, os pistoleiros responsáveis pelo serviço.

 

Como garantia de que a pistolagem seria paga, Célio exigiu um recibo de João Leite. Conforme o promotor João Gadelha, foi o irmão de Célio quem recebeu os R$ 38 mil, dos quais repassou R$ 30 mil para Hércules, por meio da mulher deste.

 

Já o bilhete manuscrito para Sílvia Shirata, no qual reconheceria a culpa no crime, na visão do Ministério Público, foi apreendido durante a operação Arrego, realizada em outubro de 2007 para apurar denúncias de que Arcanjo continuava comandando o jogo do bicho de dentro da prisão.

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JUARA MATO GROSSO



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