Um homem foi preso em flagrante nesta terça-feira (26) em Alta Floresta, distante 800 quilômetros de Cuiabá, por exercício ilegal da profissão. De acordo com informações da polícia, o suspeito atuava como dentista na cidade e foi flagrado enquanto atuava em um consultório. Toda a ação policial foi acompanhada por representantes do Conselho Regional de Odontologia. Na delegacia, ainda segundo a polícia, o suspeito confessou ter comprado o diploma de graduação.  

Fiscais do Conselho Regional de Odontologia e policiais civis chegaram ao consultório do suspeito Salmo Pereira da Silva e o flagraram fazendo um atendimento. Ele confessou à equipe de reportagem da TV Centro América que usava documentação falsa. "Confirmo sim, totalmente. Só que isso é uma longa história. Esse diploma que eu tenho foi comprado por R$ 43 mil. O único erro meu foi ter comprado esse diploma", disse Pereira. Ele disse também que teve formação acadêmica na Itália e que vai provar que possui prática na profissão.  

saiba maisPolícia fecha consultórios onde falsos dentistas atuavam em Goiânia Homem é preso suspeito de exercício ilegal da profissão

"Mas ele não apresenta documento nenhum que comprove essa formação estrangeira. Dessa forma ele está sendo autuado, preso em flagrante pelo exercício irregular da profissão, uso de documento falso, falsidade ideológica", disse o delegado Josué de Jesus. Apenas pelo crime de exercício ilegal da função, caso condenado, o falso dentista pode pegar de seis meses a dois anos de prisão.  

Segundo o CRO, em 2010, Salmo Pereira da Silva teve o diploma cassado no Distrito Federal após ter sido descoberto que o documento dele era falsificado. De lá ele foi para Goiânia onde tentou exercer a profissão, mas não conseguiu retirar o registro. Para exercer a profissão, além do curso superior, é necessário ter cadastro no Conselho Regional de Odontologia.  

Há dois meses, o falso dentista atuava em um consultório particular na cidade de Alta Floresta. O dono do consultório afirma que foi enganado pelo suspeito. "O único conhecimento que eu tinha era que ele era formado em Milão e estava validando o diploma. Ele apresentou alguns documentos e o pedido de registro no Conselho. Jamais acreditaria que era um falso dentista, uma pessoa que não era formada", disse o dono do consultório, que não quis se identificar.  

De acordo com o gerente do Conselho Regional de Odontologia, Rogério Luiz Vialle, o caso será encaminhado à Comissão de Ética. "Essa comissão vai estar averiguando os fatos, conversando com o profissional e verificando a punição cabível no caso. Será instaurado um processo ético", frisou Vialle.