Três pessoas foram presas pela Polícia Civil acusadas de manter há mais de um mês duas pessoas sob condições análogas à escravidão na região de Confresa ( cidade a 1.160 quilômetros de Cuiabá).

Os trabalhadores eram mantidos em uma fazenda, na divisa do município com a reserva indígena Urubu Branco. A libertação dos dois trabalhadores ocorreu na última quinta-feira (1º) à noite.

Os três suspeitos foram autuados pelos crimes de manterem trabalhadores em condições análogas as de escravos e disparo de arma de fogo. Os três estão recolhidos na Cadeia Pública da cidade, onde permanecem por ordem da Justiça.

Segundo o delegado Ronan Gomes Vilar, os trabalhadores foram contratados por supostos invasores de terras, que se dizem proprietários da área, com a promessa de receberem R$ 40 por dia para uma obra na fazenda.

Na área, os trabalhadores dormiam em um barraco de lona próximo a um córrego, sem higiene e pouca alimentação. Eles tomavam banho em um riacho, de onde bebiam e usavam a água para cozinhar. Para dormir, improvisaram tábuas com espumas como cama.

“Nossos policiais encontraram marcas de tiros em uma árvore próxima ao barraco dos trabalhadores. Os três atiravam para intimidar os trabalhadores como forma de não deixa-los fugir”, informou o delegado.

Ronan acrescentou que dois homens estavam roçando pasto e derrubando árvores a mando dos empregadores. Os dois trabalhadores são do município de Confresa. Um deles estava com o pé machucado, sem atendimento médico.

Diante da prisão, o delegado acionou o Ministério Público do Trabalho e Emprego para tomar providências administrativas contra os supostos donos da área, que estavam mantendo os trabalhadores em condições semelhantes à escravidão, sem pagamento e carteira de trabalho registrada.