Tomaram posse nesta quarta-feira (16) os integrantes da Comissão da Verdade, que vai apurar casos de violação dos direitos humanos praticados no período de 1946 a 1988, com foco na ditadura militar.

Ao instalar a Comissão da Verdade, a presidente Dilma Rousseff defendeu que é preciso saber o que aconteceu com os desaparecidos políticos e se emocionou. “As novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”.

Os ex-presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney participaram da solenidade. O representante da comissão, José Carlos Dias, disse que os fatos serão esclarecidos, mas destacou que não haverá qualquer tipo de perseguição.

“É um momento que objetiva a reconciliação nacional, sem caráter de revanchismo ou de apedrejamento. É preciso revelar a história para que seja mostrado o que dela foi escondido”, diz o representante da comissão, José Carlos Dias.

Na primeira reunião, os sete integrantes discutiram como vão ser os trabalhos. Em dois anos, eles poderão requisitar documentos e ouvir pessoas em todo o país.

A comissão ainda não decidiu se a investigação vai se limitar aos crimes cometidos por agentes do estado, ou se irá analisar também as ações dos militantes de esquerda. Para o coordenador da comissão, Gilson Dipp, a lei não prevê restrições.

“Vamos examinar todas as violações graves de direitos humanos, recuperar a memória do país e a verdade histórica. Ponto! Nós estamos trabalhando com a lei em baixo do braço, a lei da verdade”.