NOTÍCIA | Renúncia

Deputado Federal Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara e chora

Por: Mídia News
Publicado em 07 de Julho de 2016 , 16h44 - Atualizado 07 de Julho de 2016 as 16h44


O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou, nesta quinta-feira (7) a decisão de renunciar à presidência da Câmara, cargo do qual ele estava afastado desde maio, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o suspendeu do exercício do mandato. Ele não renunciou ao mandato.

Cunha leu, com a voz embargada e lágrimas nos olhos, uma carta de renúncia no Salão Nobre da Câmara. Ele estava acompanhado dos deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e João Carlos Bacelar (PR-BA).

"Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa [Câmara] está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra que não condiz com o que país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente", disse o deputado.

O deputado já havia negado a renúncia em diversas ocasiões.

Cunha chora ao citar família

O deputado demonstrou emoção ao falar das acusações contra sua mulher e filha, também investigadas pelo uso de contas na Suíça suspeitas de terem recebido propina do esquema de corrupção na Petrobras.

Segundo Cunha, seus opositores utilizaram as suspeitas contra sua família "de forma cruel e desumana, visando me atingir", disse. A mulher dele, Cláudia Cruz, se tornou ré num processo criminal sobre as contas suíças aberto pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.

O deputado voltou a afirmar inocência nas acusações contra ele. "Quero reiterar que comprovarei minha inocência nesses inquéritos. Reafirmo que não recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja", disse.

No pronunciamento, Cunha fez uma breve retrospectiva de seu mandato na Presidência da Câmara e ressaltou sua decisão de ter aberto o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.

"Tenho a consciência tranquila, não só da minha inocência, mas de ter contribuído para que meu país se tornasse livre do governo criminoso do PT", afirmou.

Importantes líderes do PMDB, além do próprio Cunha, também são investigados pela Lava Jato.

Dizendo-se "perseguido", Cunha afirmou que sua decisão de abrir o processo de impeachment foi um dos motivos que levou a Procuradoria-Geral da República e o STF a determinarem seu afastamento.

A leitura da carta de renúncia durou menos de dez minutos. Ele encerrou dizendo "que Deus abençoe essa nação".

Com a renúncia à presidência, a Câmara tem até cinco sessões para eleger o sucessor de Cunha, que terá uma "gestão tampão" até 1º de fevereiro de 2017.

Atualmente, a Câmara é presidida interinamente por Waldir Maranhão (PP-MA), criticado por frequentemente recuar em suas decisões.

Apesar de não ter renunciado ao mandato, Cunha continua afastado de suas atividades como deputado por decisão do STF.

A renúncia ocorre dias antes de a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) votar recurso do peemedebista contra pedido de cassação de seu mandato aprovado pelo Conselho de Ética.

Ao deixar o cargo, deputados avaliam que Cunha espera conseguir conquistar apoio na CCJ e no plenário para salvar seu mandato

O processo no Conselho de Ética também acusa o deputado de ter mentido à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, em março de 2015, quando disse não possuir contas no exterior. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de contas na Suíça ligadas a Cunha e seus familiares.

O deputado diz não possuir contas bancárias, mas trusts, um tipo de investimento para o qual não seria exigida à declaração à Receita Federal.

O processo chega à sua reta final como o mais longo que já tramitou no Conselho de Ética da Câmara.

A representação foi entregue em outubro de 2015, mas seu andamento tem sofrido atrasos devido a expedientes de aliados, acusados, por deputados que querem a cassação do peemedebista, de promoverem "manobras" para beneficiar Cunha e adiar o desfecho do caso.

O deputado e seu advogado de defesa no conselho, Marcelo Nobre, têm negado veementemente a realização de "manobras" e dizem se valer apenas do direito de defesa do deputado.

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JUARA MATO GROSSO



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