O Ministério Público do Estado, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado) prendeu hoje (9), durante a Operação Assepsia, quatro pessoas acusadas de integrarem um esquema de compra de decisões judiciais para beneficiar pessoas presas por tráfico em Mato Grosso. Uma pessoa ainda está foragida.

Estão presos o advogado Almar Busnello, o servidor público Clodoaldo Souza Pimentel, o ex-estagiário de direito Marcelo Santana e Milton Rodrigues da Costa. Um dos suspeitos, Adalberto Pagliuca Filho, está sendo procurado.

De acordo com as investigações, Santana ofereceu R$ 1 milhão a um assessor do juiz da Vara do Crime Organizado, José de Arimatéia, para que redigisse uma decisão reconhecendo excesso de prazo e que submetesse ao magistrado.

O processo era referente a uma organização criminosa de mais de 50 traficantes, entre eles membros da família Pagliuca.

Segundo o Gaeco, a ordem para a tentativa de compra de sentença foi feita por Adalberto Pagliuca Filho, de dentro de um presídio. O advogado Busnello teria agido como o intermediário do crime.

De acordo com o coordenador das investigações, promotor de Justiça Arnaldo Justino, a venda de sentença não foi concretizada, mas somente a tentativa já configura crime.

Pagliuca Filho e outros acusados da família foram soltos por uma decisão do desembargador Manoel Ornellas de Almeida, no último dia  27 de janeiro.

Confira abaixo do texto, em PDF, a íntegra da denúncia de corrupção ativa e exploração de prestígio e o pedido de busca e apreensão.