Com Cemat na ponta, emaranhado financeiro no Grupo Rede preocupa Aneel
Com Cemat na ponta, emaranhado financeiro no Grupo Rede preocupa Aneel
Interventores nomeados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizar as concessionárias do Grupo Rede estão com problemas para solucionar o "emaranhado financeiro" criado nas oito distribuidoras do Grupo. A maior delas é a Cemat, responsável pelo atendimento de 1,095 milhão de unidades em Mato Grosso. A intervenção foi decretada no final de agosto.
Algumas contratações feitas poderiam interessar ao grupo mas não à empresa contratante. Segundo uma das fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, a confusão financeira é tão grande que parecer ser impossível adotar uma alternativa à venda do controle do grupo em bloco.
Segundo essa fonte, é como se houvesse um caixa único para as oito distribuidoras e, com isso, sem a venda em bloco, algumas concessionárias poderiam não ter condições de continuar com suas atividades, como é o caso da Enersul e das empresas menores do grupo.
De acordo com Aneel, a dívida somada das empresas do grupo Rede Energia é de R$ 5,7 bilhões. Parte das empresas também vinha registrando queda na qualidade do serviço prestado.
A Aneel apontou que, por conta da situação financeira delicada, o Grupo Rede tem dificuldade para conseguir novos empréstimos no mercado e vem perdendo as condições para prestação de serviço adequado. A intervenção, portanto, vem para evitar que o cenário piore.
A intervenção no Grupo Rede foi a maior já realizada pelo Governo Federal em um grupo privado. A decisão da Aneel determina a intervenção imediata nas empresas Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (Celtins), Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul), Empresa Força e Luz do Oeste, Caiuá Distribuidora, Empresa Elétrica Bragantina, Vale do Paranapanema e Companhia Nacional de Energia Elétrica.