A professora de história, Adriana Catelli Correa, é um dos muitos exemplos de superação na associação de apoio a pessoas em tratamento e pós-tratamento do câncer de mama – MTmamma amigos do peito, em Cuiabá. Aos 44 anos, ela demonstra força, coragem e determinação, sete anos depois de ter se submetido a uma mastectomia radical (retirada total da mamas) e não apresentar nenhum sinal de recidiva (volta do tumor). “Aos 36 anos eu descobri que tinha carcinoma de mama. Primeiro achei que era em uma. Depois de outros exames muito doloridos e biópsias mais doloridas ainda, soube que o problema era nas duas mamas. Fiquei sem chão. Não há como explicar com outras palavras. Ai veio o outro choque: os médicos explicaram que devido ao tipo de tumor que eu tinha eu precisaria tirar as duas mamas, ou seja, fazer “mastectomia bilateral total radical.” Adriana, lembra como esta revelação mexeu com ela, foi muito difícil e pensou que ia morrer. “Foi sofrido demais da conta! Passa tudo na sua cabeça! Você pensa que vai morrer...que tudo que você construiu vai acabar...que você vai perder tudo o que ama”.

Hoje, a professora de história comemora a opção dela pela vida e os privilégios de ter condições de fazer o tratamento e o apoio incondicional da família, mas sabe que ainda tem muitos desafios pela frente. Adriana ainda não fez a reconstrução das mamas seguindo orientações médicas e tem consciência de que chama a atenção por não ter os seios. “Sou uma mulher grandona e sem as duas mamas as pessoas, às vezes, olham com estranhamento e, em alguns casos, sinto preconceito dos que não aceitam a diferença. Mas, eu tiro de letra. Não tenho as mamas, porém tenho muito peito!!!”, garante a assistida da MTmamma e representante da associação no Conselho Estadual da Mulher.

Casada há 15 anos com o funcionário público, Carlos Eduardo Jorge, Adriana tenta perder peso e resolver outras questões para viabilizar a reconstrução das mamas. Segundo ela, a postura do marido em todo este processo é fundamental. “Carlos tem sido um grande companheiro, inclusive, nos momentos mais difíceis como o do câncer de mama. Faço questão de dizer que o papel do companheiro é muito importante, pois muitas mulheres são abandonadas na hora mais complicada e isso é doloroso demais. Pretendo fazer a reconstrução das mamas porque entendo que isso irá me ajudar, vai melhorar minha auto imagem e vou me sentir mais segura e confiante”, admitiu.

Outubro Rosa

Atualmente, graças a evolução do tratamento e detecção precoce do câncer de mama - o segundo com maior incidência entre as mulheres – as chances de cura são concretas e deixam para trás o drama de um diagnóstico recebido por homens e mulheres como uma verdadeira sentença de morte. Experiências com as da professora Adriana Catelli têm que ser difundidas porque renovam as esperanças de quem teve o diagnóstico recentemente. Na MTmamma, as assistidas, pessoas que estão em tratamento ou pós-tratamento desta neoplasia, compartilham as angustias, dores e alegrias deste período, consolidando junto aos voluntários da entidade uma rede de afeto e carinho necessária a todos os que enfrentam esta situação.

A Campanha Outubro Rosa 2013 reúne assistidas e voluntárias da MTmamma em uma intensa comemoração pela vida e um alerta para homens e mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Em Cuiabá, a programação da 4ª edição do Outubro Rosa realizada pela associação vai ser aberta no dia 02 de outubro, quarta-feira, no Santuário Nossa Senhora Auxiliadora, na avenida da Prainha que vai ser iluminado de rosa, símbolo internacional da campanha. Palestras educativas, divulgação e venda de produtos artesanais da MTmamma, panfletagem na Caminhada no Parque Mãe Bonifácia e no Dia na Praça Alencastro, complementam as atividades ao longo do mês.

O encerramento da campanha está marcado para o início de novembro com o jantar beneficente, a 5ª MACARROmamma.