Vereador por Itanhangá é preso pela PF no meio de audiência em Cuiabá
O parlamentar seria alvo de investigação da Operação Terra Prometida
A Polícia Federal aproveitou a audiência pública realizada hoje (19) na Assembleia, que contou especialmente com a presença de produtores rurais de Itanhangá (447 km de Cuiabá), para cumprir o mandado de prisão temporária nº13/2014 contra o vereador da cidade, Silvestre Caminski (PPS). O parlamentar seria alvo de investigação da Operação Terra Prometida, deflagrada no final de novembro, e investiga ocupações ilegais de terras públicas federais do Projeto de Assentamento Itanhangá/Tapurah, destinado à reforma agrária e mantido pelo Incra.
A alegação foi a de “assegurar a instrução criminal e para garantir a ordem pública, conforme dispositivo do Código de Processo Penal (CPP)”. O mandado assinado pelo juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza foi lido pelo deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que presidia a audiência. Após o ato, os presentes cantaram o Hino Nacional e o parlamentar encaminhado à sede da PF.
Nas investigações, Caminski é descrito como uma das lideranças da organização criminosa e “possuiria intensas e espúrias relações com o Incra”. Além disso, haveria “indícios de que seria muito influente nas decisões do Sindicato Rural, onde atuou na diretoria”. O processo também aponta que há indícios suficientes de que participou de delitos como corrupção ativa, fraudes diversas, crimes ambientais e invasão de terras públicas.
O vereador e outras pessoas teriam ainda “supostamente promovido a invasão e negociação indiscriminada de lotes, além de quadrilha estabelecida no local para ameaçar de morte e expulsar diversos agricultores que receberam lotes do Incra no Projeto de Assentamento Itanhangá/Tapurah”. As prisões foram justificadas para “garantia da ordem pública, haja vista o sentimento de insegurança e medo assolando a região de Itanhangá, por conveniência da instrução criminal em face do risco de destruição de provas e de ameaças ou atos atentatórios a testemunhas e necessidade de assegurar a aplicação da lei penal, ante o risco de fuga”.
Presidida pelo deputado federal Nilson Leitão (PSDB), a mesa redonda contou também com a presença do colega Wellington Fagundes (PR) e deputados estaduais. O objetivo da iniciativa foi debater os problemas referentes à Reforma Agrária, morosidade da legalização de títulos fundiários em Mato Grosso e os desdobramentos da Operação Terra Prometida.
A Polícia Federal expediu 52 mandados de prisão preventiva, entre eles contra os ex-prefeitos de Lucas do Rio Verde Marino Franz e de Tapurah, Milton Geller e o empresário Odair Geller, os dois últimos irmãos do Ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB). Desses, 33 foram cumpridos, sendo 24 em Cuiabá, 8 em Sinop e 1 Lucas do Rio Verde. Os prejuízos são estimados em R$ 1 bilhão já que a organização criminosa por meio da apropriação ilegal de terras.
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