Suplente Gilberto Cattani articula posse em substituição a Silvio Fávero
Menos de 48 horas após a morte de Sílvio Fávero, o suplente diz que assume cargo e que tem rumo para atuação
Cuiabá, 9 horas desta segunda-feira, 15 de março.
O suplente de deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) chega à Assembleia Legislativa para se reunir com o deputado Elizeu Nascimento, de seu partido, para articularem sua posse e discutirem sua defesa caso seja ajuizada alguma ação contra sua posse na vaga aberta no plenário com a morte de Sílvio Fávero, da sua sigla, na tarde do sábado, 13, numa unidade de terapia intensiva em Cuiabá, vítima da covid-19.
Bolsonarista.
Cattani traçou como será seu desempenho parlamentar:
“Tenho meu rumo e vou segui-lo”.
Cattani entende que a vaga de Fávero seja sua, apesar de sua saída do PSL após a eleição de 2018.
“Acontece que retornei em fevereiro deste ano. Sou do partido, sou suplente e vou assumir”, disse confiante, enquanto aguardava liberação da portaria da Assembleia, que se encontra fechada em luto pela morte de Fávero e por medida de prevenção contra a COVID-19, por uma portaria de 25 de fevereiro e que termina hoje.
Em 2018, Cattani se candidatou a deputado estadual e cravou 16.629 votos, o que lhe garantiu a primeira suplência do PSL.
Na eleição suplementar ao Senado em 2020 o candidato Reinaldo Morais (PSC) o convidou para a primeira suplência e ele aceitou.
À época, rompido com o partido em Mato Grosso, Cattani se filiou ao PRTB, pelo qual concorreu enquanto suplente e sua chapa recebeu 36.545 votos ficando em nono lugar da disputa travada por 11 candidaturas sendo que Carlos Fávero (PSD) se elegeu ao cargo.
Após o pleito em 2020 e superados problemas internos no PSL, Cattani voltou à antiga sigla, que recebeu a filiação do deputado estadual Elizeu Nascimento, que se elegeu pela Democracia Cristã.
O vaivém de um para outro partido abre brecha para questionamento sobre a legitimidade ou não da vaga para Cattani, mas segundo ele essa questão está pacificada no plano da Justiça Eleitoral.
QUEM É – Paranaense de Toledo, 48 anos, nascido em 20 de maio de 1972, casado há 30 anos, pai de três filhos, Gilberto Moacir Cattani é parceleiro da reforma agrária em Pontal do Marape, município de Nova Mutum, onde cultiva numa área de 40 hectares.
Bolsonarista convicto, Cattani é autor do livro “A Socialização da Reforma Agrária e a Distribuição da Miséria”, prefaciado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) e a ex-senadora e juíza de direito aposentada Selma Arruda.
A diretriz de seu mandato, segundo ele, será baseada no teor de sua obra literária.
“Vou lutar contra essa separação pregada pela esquerda, que bota assentados de um lado e o agronegócio do outro; héteros para lá e homossexuais pra cá; rico ‘assim’ e pobre ‘assado’; negros pra cima e brancos pra baixo”.
Cattani mesmo sem mandato diz que conhece o mecanismo da Assembleia, que quase sempre a leva em bloco para a direção governista. Com ele, segundo suas palavras, não será assim.
“Tenho meu rumo e vou segui-lo em defesa de políticas justas pra que todos tenham seu lugar ao sol, com liberdade e sem pressão ideológica”, resumiu.
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