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Riva incrimina Bosaipo pror fraudes na Assembleia Legislativa

Por: Da redação Folha Max
Publicado em 01 de Dezembro de 2016 , 08h30 - Atualizado 01 de Dezembro de 2016 as 08h30


O ex-deputado estadual José Geraldo Riva confessou ontem que participou do esquema investigado na operação Arca de Noé, que teria desviado dezenas de milhões na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. A declaração foi dada em interrogatório conduzido pela juíza Selma Arruda, no Fórum de Cuiabá, em 15 ações penais em que é réu. “Eu me arrependo muito. Eu perdi dinheiro, tempo. Se eu não fosse deputado estadual, seria o homem mais rico de Mato Grosso, eu tinha potencial para isso. Mas como parlamentar, eu administrava conta e sofria ameaça. A prisão do Arcanjo foi um alívio, pelo menos nos livramos daquela situação que não tinha remédio”, disse Riva. 
 
Em seu depoimento, José Riva incriminou o ex-deputado Humberto Bosaipo e disse que o então colega na mesa diretora foi o idealizador e principal beneficiário dos desvios, ocorridos por meio de pagamentos a empresas de fachada, que simulavam prestação de serviços ao Legislativo. “A grande maioria foi para pagar dívidas de campanha do Bosaipo, de Caixa Dois - dinheiro não-declarado à Justiça Eleitoral -, cerca de R$ 2,2 milhões. Eu também usei um pouco, mas a grande maioria era para o Bosaipo”, disse. 
 
As ações são relativas aos alegados desvios ocorridos na Assembleia, que vieram à tona com a operação Arca de Noé, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Estadual (MPE) em dezembro de 2002. Segundo o MPE, 43 cheques nominais foram emitidos a empresas- fantasmas, enquanto Riva comandava cargos da mesa diretora da Casa. 
 
Parte do dinheiro desviado era remetida à Confiança Factoring, do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, como pagamento de empréstimos de despesas pessoais e de campanha. Em seu depoimento, José Riva também afirmou que o deputado e prefeito eleito por Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), foi um dos parlamentares beneficiados do esquema investigado na operação Arca de Noé, que desviou dinheiro da Assembleia Legislativa entre 1999 e 2002. 
 
Questionado pelo promotor de justiça Sérgio Costa se os deputados Emanuel Pinheiro e Nico Baracat (já falecido) também se beneficiaram do esquema, Riva confirmou a suspeita. “Todos os deputados que receberam cheques derivados dessas empresas foi para uma vantagem pessoal indevida, independentemente de quem seja”, respondeu. 
 
Segundo Riva, muitos deputados que não participaram ativamente do esquema também se beneficiaram com valores voltados ao pagamento de despesas pessoais e dívidas de campanha. “Eu posso assegurar que parte desse dinheiro foi usada por deputados para dívidas de campanha, para uso pessoal. A maioria dos deputados tinha casa de apoio, com certeza bancada com esse dinheiro. Isso é de uso pessoal, mas era uma demanda que foi atendida”, assegurou. 
 
A pergunta do promotor de justiça sobre o cheque se deu em razão de Emanuel Pinheiro ser alvo de uma ação de improbidade administrativa que o acusa de ter se beneficiado de R$ 45 mil deste mesmo esquema. Na ação, o Ministério Público Estadual afirma que José Riva e Humberto Bosaipo, à época integrantes da mesa diretora da Assembleia, teriam emitido cheques a várias empresas, simulando que eram relativos a pagamentos a supostos fornecedores. 
 
Segundo Riva, os problemas na Assembleia começaram em 1995, quando ele se deparou com uma dívida de R$ 25 milhões, grande parte com factorings. “Fui chamado para uma reunião na presença do deputado Gilmar Fabris e de outros secretários, e foi me passada essa situação. Eu relutei, mas assumi o compromisso de pagar essas dívidas. Na época, a Assembleia não tinha crédito na praça”, explicou. 
 
Riva disse que quando começou a participar da mesa diretora, a dívida da Assembleia era “monstruosa” e feita no período em que era comandada pelos deputados Humberto Bosaipo e Gilmar Fabris. “Aliado a tudo isso, também em função dessa situação da Assembleia, acabaram surgindo novas operações de coisas que foram feitas com as empresas do João Arcanjo. Da dívida que existiu, 65% era com o João Arcanjo Ribeiro e o restante era com outros”, disse. 
 
José Riva disse que a ideia para desviar dinheiro da Assembleia para pagar as dívidas foi do ex-deputado Humberto Bosaipo. Ele também relatou que Dante de Oliveira, governador na época, chegou a autorizar um repasse para a Assembleia para colocar o pagamento da dívida. “O governador Dante autorizou uma suplementação de R$ 22 milhões, fora do orçamento, para pagar o Arcanjo. Se não pagasse ele [Arcanjo] nos ameaçava, eu mesmo fui ameaçado várias vezes”, disse ao explicar que o ex-governador, já falecido, sabia das dívidas da Assembleia. 
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