NOTÍCIA | Sem salário, sem merenda

Projovem corre risco de ser desativado em MT

Projovem corre risco de ser desativado em MT

Por: RD NEWS
Publicado em 07 de Março de 2013 , 10h20 - Atualizado 07 de Março de 2013 as 10h20


O Programa ProJovem Urbano, lançado pelo Ministério da Educação (MEC) para a reinserção de jovens e adultos na escola,  está passando por problemas em Mato Grosso.

Na cidade de Barra do Garças (a 520 quilômetros de Cuiabá), a situação é crítica e corre o risco de ser desativado.


Isso porque os professores estão com salários atrasados há quase 4 meses, a merenda escolar não está sendo entregue e a evasão de alunos cresce a cada dia.

Um professor do Pólo de Barra do Garças, que não quis ser identificado por medo de represálias, relatou que 1 dos 6 professores contratados abandonou a sala de aula e outros ameaçam seguir o mesmo caminho.


´Estamos desde o mês de dezembro sem receber salários.


Todos os dias, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) aparece com uma desculpa e enquanto isso, nós padecemos sem dinheiro para honrar os compromissos´, lamentou.


Em Rondonópolis (a 200 quilômetros de Cuiabá), a situação não é diferente. De acordo com a assessora pedagógica do ProJovem, Antônia Ferreira dos Santos Oliveira, desde a semana passada, os professores pararam as atividades.


´Nós estamos sem dinheiro até para pegar o ônibus ou pagar o combustível para ir trabalhar´, desabafou.


Na cidade, os salários dos 21 professores também estão atrasados desde dezembro.


´Apenas 3 professores receberam em dezembro. No entanto, outros 3 estão sem salários desde outubro.


Os outros, que entraram no mesmo mês, até hoje não receberam os contratos´, explicou.



A assessora disse ainda que os educadores de acolhimento, que cuidam das crianças para algumas mães que precisam levá-las para a escola durante o período de aula, também estão sem salários.


Por isso, tivemos de paralisar todas as atividades´, concluiu.



Tanto em Rondonópolis quanto em Barra do Garças, a falta de merenda é recorrente. Antônia informou que algumas unidades do ProJovem estão compartilhando a merenda com a dos alunos do ensino regular.


´Mas quando o ensino regular entra de férias, nossos alunos ficam sem o lanche´, relatou. No total, são cerca de 400 alunos do ProJovem em Rondonópolis.


Em Barra do Garças, além do atraso salarial, há também outros problemas. De acordo com o professor entrevistado, no início do curso, em junho do ano passado, 150 alunos estavam matriculados e agora, esse número se resume a apenas 30 frequentadores.


´Falta material didático, merenda escolar que não é repassada e o auxílio de R$ 100 por mês deixou de ser creditado para os estudantes. Isso tudo tem comprometido a função social do curso. Infelizmente, é uma realidade que preocupa´, ressaltou.


   Falhas no sistema

 

-- Sala de aula do ProJovem Urbano. Programa visa retorno às salas de aula


Sala de aula do ProJovem Urbano. Programa visa retorno às salas de aula
Os professores do ProJovem de Rondonópolis estiveram reunidos nesta terça (5) para discutir o que será feito na cidade.


Por enquanto, a Seduc disse apenas que houve uma falha no sistema e por isso os salários ficaram atrasados.


´Para receber, eles querem que nós retiremos a nota fiscal na Prefeitura. Nós fizemos isso em dezembro, mas não recebemos os salários.


Agora não temos nem dinheiro para retirar a nota, já que é preciso pagá-la”, informa.


Essa é a 2ª vez em menos de 1 ano que os professores do ProJovem de Barra do Garças deixam de receber os salários desde a transferência dos recursos para a Seduc.


No ano passado os professores ficaram os meses de julho, agosto, setembro e outubro sem os vencimentos. Os salários foram creditados na conta em novembro e de lá para cá eles não receberam mais nenhum centavo.


O ProJovem Urbano tem duração de 18 meses e é destinado a pessoas com idade entre 18 e 29 anos, que mesmo alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental e buscam no programa retornar à escola sem ter de passar por todas as séries.


Os recursos do ProJovem são repassados mensalmente pelo Ministério da Educação ao Estado.


   Outro lado


O secretário de Educação Ságuas Moraes (PT) garante que em 15 dias o repasse dos salários atrasados dos professores do Projovem já devem ser normalizados. Ele alega que os pagamentos não foram feitos ainda devido à abertura do orçamento do Estado, que só ocorreu nesta semana porque estava fechado desde dezembro.


´O dinheiro sempre esteve na conta, mas mesmo assim, nós não podíamos pagar. Ontem (6) que começamos a efetuar os pagamentos´, revela.


Ságuas pontua também que desde que o programa passou para a responsabilidade do Ministério da Educação (MEC), em 2011, as modificações têm trazido transtornos.


Segundo ele, a partir da próxima folha de pagamento, o orçamento para merenda e a contratação dos profissionais serão realizadas junto com outros procedimentos da pasta e não separados como vinha ocorrendo. Isso deve diminuir os problemas.


´O repasse dos valores pagos aos estudantes, em R$ 100, também será normalizado´, garante.

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