Prefeitos não vão desistir de derrubar liminar do Fethab
Prefeitos não vão desistir de derrubar liminar do Fethab
Apesar da criação da comissão para estudar um novo modelo de distribuição do Fundo Estadual de Transporte e Habitação - Fethab, os prefeitos aguardam com expectativa a decisão judicial sobre o recurso interposto pela Associação Mato-grossense dos Municípios que visa derrubar a liminar que suspendeu o repasse de 50% do Fundo às prefeituras. A liminar foi obtida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), no dia 31 de dezembro de 2014, sob a alegação de que o rateio traria prejuízos para o estado.
A instituição ingressou contra a liminar, com pedido de agravo regimental. A Associação também solicitou a sua inclusão como parte do processo, já que os municípios são os mais afetados pela decisão. A entidade também entrou com reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que apenas esse órgão possui competência jurídica para suspender uma lei estadual.
O presidente interino da AMM, prefeito Milton Toniazzo, disse que a reivindicação dos prefeitos para o repasse do Fethab se justifica pela dificuldade dos gestores em administrar os municípios. “O Fethab viria para complementar o orçamento dos municípios, que precisam atender inúmeras demandas da população”, assinalou.
O presidente eleito da AMM, Neurilan Fraga, que assumirá o comando da instituição no dia 26 de fevereiro, disse que é muito importante que os prefeitos recebam o recurso, que já foi incluído no orçamento de várias prefeituras. “Não vamos desistir da ação, pois consideramos o repasse um direito legítimo dos municípios, que não possuem recursos suficientes para manter as estradas, consideradas de grande importância para o desenvolvimento regional”, assinalou.
Neurilan destacou que a presença de 133 prefeitos na reunião com o governador Pedro Taques nesta terça-feira (3) demonstra a importância do assunto para os municípios. A reunião, que foi agendada a partir de uma solicitação da AMM, foi marcada pela manifestação contundente de prefeitos, que reivindicam o repasse dos recursos.
Com a suspensão dos repasses, os prefeitos também cobraram do governo do estado ações emergenciais para a manutenção da malha viária. Em reunião com os secretários da Casa Civil, Paulo Taques, de Infraestrutura, Marcelo Duarte, e de
Desenvolvimento Regional, Eduardo Moura, em janeiro de 2015, eles explicaram que a preocupação é que os comuns atoleiros e quedas de pontes atrapalhem o início do período letivo, os atendimentos de Saúde e o escoamento da produção.
O presidente eleito da AMM defendeu que a aplicação dos recursos será mais eficiente se for feita pelas prefeituras, conforme previsto na Lei 10.051/2014. O gestor afirmou que os municípios dispõem do maquinário e mão de obra necessária para manutenção da malha viária não-pavimentada.
Neurilan explicou que, para garantir a trafegabilidade de todas as rodovias estaduais não-pavimentadas, o governo do estado precisará recorrer a contratos de terceirização. O método deve encarecer a manutenção. “O Governo do Estado irá economizar se repassar os recursos para as prefeituras, pois na terceirização ele terá que arcar com os custos de aluguel do maquinário e outros encargos”, ressaltou o gestor.
A lei do Fethab foi aprovada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso em dezembro de 2013, obteve sanção do governador em janeiro de 2014 e foi regulamentada no início de julho do mesmo ano, após reunião com os prefeitos. O texto altera a Lei 7.263/2000 que criou o fundo, mas mantém os descontos originais previstos no art.15 de 17,5% para vinculação de Receita Corrente Líquida (RCL), 12% para pagamento de dívidas e 10% para pagamento de pessoal e encargos sociais.
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