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PF procura índio morto em conflito e teme invasão em cidade de MT

PF procura índio morto em conflito e teme invasão em cidade de MT

Por: g1 mt
Publicado em 10 de Novembro de 2012 , 08h43 - Atualizado 10 de Novembro de 2012 as 08h43


A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as causas do assassinato do índio da etnia Munduruku morto durante uma ação da operação Eldorado que terminou em confronto entre agentes da PF e indígenas da aldeia Teles Pires, na região de Alta Floresta, a 800 quilômetros de Cuiabá nesta última quarta-feira (7).


 
O corpo do indígena, que seria pai de oito filhos, foi encontrado um dia depois pelos próprios indígenas boiando no rio Teles Pires.

 

 Nesta sexta-feira (9), em coletiva à imprensa, o superintendente da PF em Mato Grosso, César Augusto Martinez, informou que um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Jacareacanga, cidade do Pará que faz divisa com Mato Grosso.

 


 Ele teria sido até enterrado.

 

 Mas nós já iniciamos uma investigação conjuntamente com a Secretaria de Segurança do Pará para apurar o caso´, afirmou o delegado. Depois de encontrado, relatou Martinez, o corpo terá que ser exumado.
 


No confronto, segundo o superintendente, um dos três delegados que comandou a operação na região, disse em depoimento à PF, que foi perseguido por um indígena no rio Teles Pires e teria disparado.

 


 ´Ele estava com a água já pelo peito e depois de ser atingido por uma borduna e alvejado por flecha ele disse que foi perseguido por dois índios.

 


Ele efetuou um disparo que pode ou não ser de arma de fogo. Ele não soube precisar. Estamos investigando se o índio que morreu foi alvejado por ele´, relatou.
 

 

O superintendente relatou que os policiais federais foram vítimas de uma emboscada.

 


No dia anterior à ação, os agentes da PF e as lideranças da aldeia Teles Pires, pertencente ao povo Munduruku, fecharam acordo de que as balsas utilizadas no leito do rio para a extração ilegal de ouro seriam destruídas.

 


 ´A reunião durou quatro horas e deixamos claro que os índios não estavam sendo investigados naquele momento.

 

 No outro dia quando os policiais chegaram para explodir as balsas foram surpreendidos com mais de 100 índios atirando flechas´, informou.
 


Ainda de acordo com Martinez, um áudio que vai compor o inquérito da PF dá conta que os índios se prepararam para o confronto.

 

´Eles arregimentaram guerreiros e o líder da aldeia chegou a dizer: é para bater ou matar´, destacou o superintendente.

 


O coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Alta Floresta, Clóvis Nunes afirmou ao G1 que, possivelmente, o conflito só ocorreu porque os índios não querem que o garimpo deixe as suas terras.

 

 ´Lá existe atividade garimpeira feita no leito do rio. Muitas dragas e balsas atuam na região e os índios recebem uma porcentagem dos lucros obtidos pelos garimpeiros´, destacou Nunes.
 
No conflito, os policiais federais portavam tanto balas letais como não-letais.

 

 Além do indígena morto, outros seis ficaram feridos.

 

Dois deles, em estado mais grave, foram transferidos de helicóptero, primeiramente, para Alta Floresta e, em seguida, para o Pronto-Socorro de Cuiabá.

 

 Um deles, de 44 anos, está com um dreno instalado no braço atingido por um disparo.

 

 Ele corre risco de ter o membro amputado.

 

Eles também foram submetidos a exame de corpo de delito que vai apontar, dentre outros pontos, se há resíduo de pólvora nos ferimentos.
 


Outros quatro policiais também se feriram.

 


Um deles, da Força Nacional de Segurança, foi baleado.

 

 Todos os agentes foram atendidos no local e estão em estado de observação porque, segundo a PF, as bordunas que os atingiram poderiam conter alguma substância que causaria dano à saúde.
 

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JUARA MATO GROSSO



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