A dona de casa Juciane Santos Souza, de 29 anos, presa na sexta-feira (31) sob a acusação de ter raptado um bebê de um mês na quinta-feira (30), confessou o crime à Polícia e disse que iria vender a criança por R$ 35 mil.

Ela disse que viajaria para o Estado da Bahia para fazer a entrega. A mãe do bebê é uma adolescente de 15 anos.

A encomenda, de acordo com a suspeita, foi feita em Cuiabá por uma pessoa que se identificou como “Carlos” e dirigia uma picape S-10 branca.

Pelo que a Polícia apurou, esse homem não garantiu que a criança iria sobreviver, levantando a suspeita de se tratar de uma rede de tráfico de órgãos.

Segundo os policiais, a mulher já tinha planejado o sequestro, porque, há cerca de 40 dias, furtou uma declaração de nascimento vivo (DNV), exigida pelos cartórios para o registro da criança.

O documento estava na casa dela, no bairro Pedra 90, em Cuiabá.

Juciane vai responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado e falsificação de documentos.

O furto ocorreu no bairro Getúlio Vargas, onde ela ajudou a fazer a faxina de uma vizinha que tinha um bebê recém-nascido.

O rapto

A mulher tomou o bebê na quinta-feira à tarde e, no dia seguinte, foi presa em um ponto de ônibus, no bairro Jardim Industriário, na Capital.

Os policiais chegaram até a suspeita após a vizinha que teve o DNV furtado ter reconhecido a mulher e a denunciou à PM.

O bebê foi reconhecido também pela tia que acompanhou os policiais. O menino estava usando roupas femininas.

Inicialmente, a dona de casa disse que o filho era dela. Em seguida, explicou que tinha pago R$ 900 por ele.

Com a identificação do bebê por parte da tia, ela acabou confessando o sequestro.

Juciane alegou que estava sendo pressionada por Carlos, que exigia logo o bebê – independentemente do sexo – de até cinco meses.

Ela disse que Carlos foi quem lhe repassou a história de ter ela própria ter um marido em Nova Iorque, que viria a passeio e que precisava mostrar-lhe a criança.

Essa foi a mentira que Juciane contou à adolescente, segundo a Polícia.

“Então, ofereci R$ 5 mil para que ela alugasse o bebê pra mim e ela ficou interessada”, explicou.

Juciane, então, embarcou no microônibus na Praça Maria Taquara, no centro da cidade, com a adolescente e o bebê. Pararam no bairro Pedra 90, onde pediu para a mãe comprar um guarda-chuva, dando-lhe R$ 100. Nesse período a suspeita fugiu num Gol verde, cujo motorista teria cobrado R$ 20.

O atual companheiro de Juciane disse que convive com ela há cerca de 40 dias e não desconfiou do plano dela.

Ele disse que lhe deu R$ 2 mil para que fizesse uma viagem até a família dela, na Bahia.

“Não imaginei, em momento algum, que tinha um plano de sequestro de bebê nessa viagem”, disse, em depoimento na delegacia.

O caso será transferido para a Gerência de Combate ao Crime Organizado, onde os policiais tentam, agora, identificar o homem que encomendou o bebê.